Machado de Assis e o processo de criação literária, de Jaison Luís Crestani

Machado de Assis e o processo de criação literária, de Jaison Luís Crestani

Referência: 9788577510931

  • Medida: Altura: 03 cm, Largura: 16cm, Comprimento: 23cm
  • Páginas: 432 páginas
  • Peso: 630 gramas

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MACHADO DE ASSIS E O PROCESSO DE CRIAÇÃO LITERÁRIA
Jaison Luís Crestani
ISBN 978-85-7751-093-1
432 páginas - R$70,00
Publicado em setembro de 2014 em coedição com a Edusp

O leitor atual, nosso contemporâneo deste século xxi, que se ponha a ler as coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882) e Histórias sem Data (1884), de Machado de Assis, poderá supor que elas foram escritas com a finalidade de publicação em livro. Ou seja, que Machado teria pensado nesse suporte material para reunir suas histórias curtas, tais são, apesar dos títulos, a coerência, a direção temática e a esplêndida realização estética com que as constrói e que as presidem.

E, contudo, ledo engano. Este notável trabalho de Jaison Luís Crestani, fruto de rigorosa pesquisa, demonstra definitivamente – apesar de outros estudos já terem tocado no assunto e mesmo feito demonstrações fundadas – que Machado era um publicador contumaz de suas histórias curtas em jornais e revistas.

O escritor carioca desde muito jovem era assíduo frequentador dos veículos da indústria cultural, então nascente. Seus dois volumes anteriores de contos (Contos Fluminenses, 1870 e Histórias da Meia-noite, 1873) já eram coletâneas de histórias publicadas em revista – no caso, o Jornal das Famílias, com exceção de um único conto que ali não saíra. No caso dos dois volumes citados de início, todos os contos haviam saído na revista A Estação e no jornal Gazeta de Notícias, entre os anos de 1879 e 1884, valendo destacar que um número significativo de histórias curtas saídas nesses dois veículos ficou sem publicação em livro. Isso bem demonstra que o grande escritor selecionava criteriosamente o que havia de merecer a perpetuidade do livro e o que não a merecia, segundo seu entendimento.

Estudar a lógica de tais escolhas é um dos méritos, entre diversos outros, desta obra de Jaison Luís Crestani. Ele demonstra ainda que a escrita dessas histórias não foi aleatória ou de simples ocasião. A análise comparativa, cuidadosa e sensível, esclarece o que chama de “processo de criação literária” de Machado e como a utilização da revista ou do jornal para a veiculação não impedia que o autor desenvolvesse uma reflexão e expressão muito elaboradas para chegar ao livro posteriormente, exercendo antes sobre o leitor efeitos, digamos, mais rápidos do cotidiano.

Assim, para Machado, a indústria cultural de seu tempo cumpriria o papel de formar um público leitor e civilizar não apenas esse público como também o país. Daí suas exigências estéticas, quase sem concessões, e a tematização de questões relevantes para o homem em geral e o Brasil em especial.

Valentim Facioli

 

Sobre o autor: Jaison Luís Crestani possui Graduação em Letras (Português/Inglês) e (Espanhol) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Mestrado e Doutorado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2011), e Pós-Doutorado em Jornalismo e Editoração, pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (2015).  Atualmente, é professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Paraná (IFPR - Campus Palmas). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: Machado de Assis, Contos, Periódicos Literários (Jornal das Famílias, A Estação, Gazeta de Notícias, O Cruzeiro), Kierkegaard e Parábolas.

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SUMÁRIO:

Agradecimentos, 13
Introdução, 17

1. LITERATURA E MERCADO: A DIALÉTICA DA LIBERDADE E DA ALIENAÇÃO, 31
1. "Ideias Fora do Lugar: o Perfil Editorial da Revista A Estação, 35
1.1. A Carta-programa e os Propósitos Editoriais da Revista, 36
1.2. A Estação: Revista Francesa de Fatura Germânica, 42
1.3. O Contrassenso da Aclimatação de Tendências Europeias nos Trópicos, 43
1.4. "Parte Literária": entre a Arte e o Passatempo, 50
1.5. De Seção em Seção: o Percurso da Leitura, 54
1.6. Descompassos das Fantasias de Civilização, 57
1.7. A Contribuição Editorial de Machado de Assis, 59
1.8. As "Torturas do Câmbio" e as Oscilações nos Preços das Assinaturas, 63
2. O Incenso e o Chicote: o Perfil Editorial da Gazeta De Notícias, 72
2.1. A Posição do Jornal na História da Imprensa, 73
2.2. "Sem Pretensões, e Quase Sem Programa, 80
2.3. A Materialidade da Publicação, 85
2.4. A Democratização da Informação, 88
2.5. Funções Sociais e Orientação Ideológica, 92
2.6. Os Mecanismos de Consagração, 104
2.7. A Colaboração de Machado de Assis, 107

2. MACHADO DE ASSIS NA REVISTA A ESTAÇÃO, 123
1. O Programa Realista e a Formação da Leitora, 123
1.1. A Permanência do Folhetim, 124
1.2. O Percurso da Experimentação, 133
2. A Desconstrução das Convenções Romanescas, 147
2.1. A Temática do Incesto e a Subversão da Ideologia Patriarcal, 147
2.2. A Estética da Simplicidade, 155
2.3. A Paródia de Gêneros e Estilos Literários, 157
3. A Paródia Das Fantasias de Civilização, 166
3.1. "O Programa" Napoleônico de Romualdo e a Autocrítica Machadiana, 167
3.2. Descompassos entre a Rua dos Arcos e a Ponte D'Arcole, 175
3.3. A Bastilha de Itaguaí, 167
4. Inconstância e Complexidade Moral, 175
4.1. Uma Reinvenção Shakespeariana, 184
4.2. Narrativas de Embustes e Autoengano, 200
4.3. O Caleidoscópio Narrativo e as Notas Desiguais da Sonata da Vida, 200

3. MACHADO DE ASSIS NA GAZETA DE NOTÍCIAS, 233
1. A Criação Literária como Reinvenção da Biblioteca, 234
1.1 De Como Renovar o Sabor de uma Citação, 243
1.2. Aprender e Imitar: a Digestão Literária da Obra de Plutarco, 257
1.3. Machado de Assis, Autor de Peregrinações, 260
1.4. A Inviabilidade de Ser Original, 264
1.5. A Projeção Especular de uma Nova Teoria da Alma Humana, 273
2. Densidade Moral e Complexidade Formal, 281
2.1. Uma História sem Data, 282
2.2. Papéis Velhos e Histórias Esquecidas, 285
2.3. A Dimensão Metaliterária do Adultério, 289
2.4. Caracteres em Transição, 296
2.5. A Presença do Duplo: Tema e Forma Literária, 302

4. O PERCURSO CRIATIVO: DO PERIÓDICO AO LIVRO, 313
1. Papéis Avulsos: Unidade na Diversidade, 313
1.1. A Seleção dos Textos e o Ponto de Vista do Autor sobre sua Obra, 316
1.2. Implicações do Processo de Revisão e Reescritura das Narrativas, 318
1.3. A Compilação dos Textos e a Unidade de Efeito da Dispersão Extravagante, 322
2. Histórias sem Data e a "Eterna Contradição Humana", 341
2.1. O Percurso do Periódico para o Livro e o Domínio da Forma do Conto, 341
2.2. Uma Temática Estruturante, 344
2.3. O Senso da Contradição e as Múltiplas Faces da Ironia, 354
2.4. O Primado da Imaginação e da Reinvenção Criativa, 364

CONSIDERAÇÕES FINAIS, 377

APÊNDICE, 385
1. "O Alienista": Análise das Variantes do Folhetim e do Livro, 385
2. Anúncio Carnavalesco da Sociedade Euterpe Comercial dos Tenentes do Diabo, 395
3. Lista de Narrativas Publicadas na Revista A Estação, 406
4. Lista de Narrativas Publicadas na Gazeta de Notícias, 408

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, 411

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