REGIONALISMO, MODERNIZAÇÃO E CRÍTICA SOCIAL NA LITERATURA BRASILEIRA

REGIONALISMO, MODERNIZAÇÃO E CRÍTICA SOCIAL NA LITERATURA BRASILEIRA

Referência: 978-85-7751-05


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Uma qualidade saliente deste livro, que o leitor há de notar, é a completa ausência do mundo rural idealizado, na forma de um bucolismo ameno e complacente, por oposição ao mundo urbano, que seria sempre sujo, feio e distante da natureza. Nos estudos reunidos por Humberto Hermenegildo de Araújo e Irenísia Torres de Oliveira, não há pobres pitorescos passeando na paisagem, fazendo poses folclóricas em cartões postais da miséria brasileira. Nem há, na outra ponta do processo, elogio ufanista do progresso como redenção sem restos das nossas mazelas e misérias. Há sim um tom crítico no tratamento do sempre complicado problema das regiões do país, e do regionalismo em literatura, no contexto forte da modernização do capitalismo. 
Vale dizer, um conjunto complexo e contraditório de relações ligando Brasil arcaico e Brasil moderno, rural e urbano, os séculos de nexo colonial-escravista e a passagem para a sociedade urbana de classes das nossas metrópoles e grandes cidades. Passagem que não supera o atraso do país, apenas repõe e reproduz o atraso no contexto do capitalismo urbano e modernizado.
Os estudos aqui reunidos se orientam, em grande medida, pela tradição crítica brasileira representada por Antonio Candido e Roberto Schwarz. O que se pode notar na maneira como os autores relacionam textos e contextos, literatura e sociedade, forma literária e processo social. Sempre atentos às relações de violência, opressão, mando e dominação que atravessam toda a formação do nosso país. Assim sendo, é um livro que caminha na contramão da época recessiva e regressiva em que vivemos, que tende ao conformismo e ao puro e simples abandono do melhor trabalho crítico feito pelas gerações anteriores. 
Esses estudos ganham força por manterem viva a melhor tradição crítica, sem embarcar no canto da sereia da moda acadêmica mais recente. Como se fôssemos obrigados a uma atualização rápida, rasteira e pouco refletida. 
Temos, assim, uma excelente coletânea de ensaios para continuar pensando o avesso da modernização e as desigualdades regionais que marcam a formação do Brasil. | André Bueno | 

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