As voltas de O rei da vela no teatro brasileiro moderno
de Frederico Cabala

O que fez uma criação para o teatro passar quase despercebida quando lançada em livro e, décadas depois, ser louvada como um grande acontecimento da arte teatral na ocasião de sua primeira encenação? Esse livro tenta percorrer os corredores que envolvem a produção e publicação de O rei da vela por Oswald de Andrade, em 1937, bem como sua primeira encenação, em 1967, pelo Teatro Oficina de José Celso Martinez Corrêa. 

A partir de pesquisas em acervos de jornais e levantamento bibliográfico, algumas questões que envolvem o chamado teatro brasileiro moderno são aqui abordadas: as transformações nos critérios de valoração artística; a inclusão ou exclusão das estéticas provenientes de espetáculos populares; a relação contrastante e preconceituosa entre arte considerada séria e outra para rir; as diferentes recepções despertadas pelas criações de Oswald de Andrade ao longo das décadas; a ascensão do trabalho do diretor de teatro e o redimensionamento do espaço da dramaturgia nas encenações... 

Esses e mais pontos - que atiçam debates sobre desprezos e expectativas a respeito do teatro brasileiro ao longo do século XX - movimentam As voltas de O rei da vela no teatro brasileiro moderno. O sentido dessa obra não é o de propor uma nova ordem cronológica da modernização de nossa cena, mas investir em um olhar que se deixe iluminar pelas impermanentes constelações da história.

Sobre o autor: Frederico Cabala tem doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestrado em Literatura Brasileira pela mesma instituição e especialização em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pesquisa principalmente a literatura e o teatro do século XX no Brasil e suas relações com a sociedade.

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Sumário:

Prefácio - O rei da vela: uma obra e seus processos - 7
(por André Dias)

Introdução - 23

1 – Início - 35
Um problema de muitas faces - 36
Moderno: moderno? - 53
Na coxia e no palco - 70

2 – O meio - 127
A palavra progresso - 127
Sem estima dos graves, sem amor dos frívolos -153
O social não sociável - 204

3 – Outro início - 227
Degelo - 227
Das estrelas às constelações - 286
Uma luz à deriva - 349

Considerações finais - 363

Bibliografia - 371

Agradecimentos - 399