A Economia Política do Etanol, de Fernando Netto Safatle
A democratização da agroenergia e o impacto da mudança do modelo econômico
O Brasil é pioneiro na produção do etanol como biocombustível. Durante estes últimos trinta anos consolidou-se um modelo de produção com acentuado grau de oligopolização do segmento sucroalcooleiro. Por outro lado, com o avanço da consciência ambiental e a necessidade de diversificar a matriz energética em todo o planeta é assunto presente nas discussões sobre sustentabilidade ambiental e mudança climática, ainda mais premente com as perspectivas de esgotabilidade do petróleo.
Em todo o mundo, estudiosos têm reconhecido nas mudanças por que o planeta passa, com o esgotamento do atual sistema de produção, uma oportunidade para o Brasil, que tem estado à frente da tecnologia de produção de uma fonte renovável – e, com o devido manejo, limpa –, o etanol. A partir desse cenário global, A Economia política do etanol parte para um histórico particular, o do panorama da realidade das políticas e da produção do etanol no Brasil nas últimas três décadas, seus descaminhos e consequências, com uma abordagem, contudo, tanto politica como econômica.
Sobre o Autor: Fernando Netto Safatle é economista, iniciando o curso de Ciências Econômicas na PUC de São Paulo e tendo o concluído na UnB. Esteve no Chile na época de Salvador Allende, quando iniciou curso de mestrado em economia na Escolatina. Trabalhou no IPEA durante 25 anos como Técnico em Pesquisa e Planejamento. Foi Secretario do Planejamento e Coordenação do Estado de Goiás no governo Santillo, Vice-Presidente da Funasa de 1995 a 1999 e Coordenador da Região Integrada do Desenvolvimento do Entorno de Brasília (RIDE) durante o primeiro governo de Lula. Anistiado, é ex-militante da ALN, participou da luta revolucionária nos anos 1960 e, hoje, exerce atividade como produtor rural produzindo etanol em uma microdestilaria no interior goiano, em Catalão. Colabora como articulista no jornal Diário da Manhã de Goiás.