
A pulsão Plebeia, de Ruy Braga
De Lisboa a Madri, de Atenas a São Paulo, Ruy Braga identifica os trabalhadores precários como a força motriz do atual ciclo de protestos que varre o planeta. Enlaçando o proletariado precarizado e os setores mais autônomos em vias de proletarização, a pulsão plebeia manifesta-se insistentemente naquilo que certa vez o autor chamou de “a rebelião do precariado global”.
As contradições sociais revelam-se mais nitidamente nas periferias: o Sul da Europa soma-se ao Sul Global no protesto e na busca por uma agenda política que responda aos anseios dos milhões que, em inúmeros países, já conformam a maioria da classe trabalhadora.
Ruy Braga formulou uma teoria alternativa à do britânico Guy Standing que apostou na emergência do precariado em oposição à classe trabalhadora. Além disso, o sociólogo brasileiro demonstrou, por meio da comparação entre Brasil e Portugal, como a cooperação entre estes setores é possível e necessária.
A pulsão plebeia ilustra a grande luta descentralizada e inorgânica do precariado global que, do movimento Occupy Wall Street às ocupações do 15-M na Espanha, culminando com as Jornadas de Junho no Brasil, segue abalando as estruturas políticas tradicionais.
De Portugal, os camaradas brasileiros podem contar com o empenho total da Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis em construir internacionalmente a agenda política em torno do sujeito social capaz de relançar uma alternativa à exploração e à miséria trazidas pela hegemonia neoliberal. É urgente organizarmos o contra-ataque. Por isso, lançamos o desafio: precárias e precários de todos os países, uni-vos!
Sobre o autor: Ruy Braga é professor do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e ex-diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP (Cenedic). É autor de A nostalgia do fordismo: modernização e crise na teoria da sociedade salarial (Xamã, 2003) e A política do precariado: do populismo à hegemonia lulista (Boitempo, 2012).
........................
SUMÁRIO:
Apresentação - 9
Parte I – Impaciência - 15
Portugal rumo ao abismo - 17
Precariado e sindicalismo no Sul global - 23
Rust in Peace - 53
Tierra en trance - 57
Marikana: o evento clássico - 63
Mandela: um legado contraditório - 69
PARTE II – Inquietação - 73
A marola conservadora - 75
O enigma da “nova classe média” - 81
A maldição do trabalho barato - 87
Mais direitos! - 91
Dilma e a utopia brasileira - 99
Desassossego na cozinha - 103
PARTE III – Indignação - 107
Treinamento bélico, violência sistemática - 109
Os dias que abalaram o Brasil - 113
Levantem as bandeiras! - 129
Crônica de um mês inesquecível - 133
Uma sociologia à altura de Junho - 147
Lutar não é jogar - 161
PARTE IV – Estilhaços - 167
O feitiço do camarote - 169
Rosa Parks em Itaquera - 173
A cor mais visível - 179
A rebelião “pé de obra” - 185
Pra onde vai o precariado brasileiro? - 189
Desafiando a hegemonia - 205
Desenlace - 209
REFERÊNCIAS - 215
***
- Medida: Altura: 01cm, Largura: 14cm, Comprimento: 21cm
- Páginas: 232 páginas
- Peso: 280 gramas