Acadêmicos versus Pirrônicos, de Roberto Bolzani FIlho
Originalmente escrito como tese de doutorado, este livro propõe uma análise de uma questão frequentemente debatida entre os helenistas que se dedicam ao estudo das duas correntes céticas da Antiguidade, os chamados “ceticismo pirrônico” e “ceticismo acadêmico”.
Sem deixar de reconhecer as importantes diferenças entre as duas correntes, Roberto Bolzani Filho procura mostrar, mediante comentário das principais fontes, sobretudo a obra Acadêmicos, de Cícero, que existem semelhanças profundas entre as duas correntes, semelhanças que chegam mesmo a se destacar, em face das diferenças.
A obra defende que, assim como nos pirrônicos, também na corrente cética acadêmica encontra-se acadêmica encontra-se de forma consistente a ideia de suspensão de juízo a respeito das teses dos filósofos dogmáticos, e que os filósofos céticos da Academia conseguiram elaborar um conceito de representação persuasiva que, sem comprometê-los com qualquer afirmação dogmática sobre a realidade, proporciona-lhes um critério de conduta compatível com sua posição cética.
Para compreender o significado desse conceito de representação apreensiva e sua originalidade, a análise procede a uma comparação com a ideia de subjetividade que caracteriza a Filosofia Moderna, sugerindo uma instigante e até surpreendente aproximação.
Sobre o autor: Roberto Bolzani Filho é bacharel, licenciado e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo, com especialidade na área de Filosofia Antiga.
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Sumário
Introdução - 7
Cap. 1: O surgimento do ceticismo na Academia: Arcesilau - 25
1. As bases do pirronismo: não apreensão e suspensão do juízo - 27
2. A posição filosófica crítica de Arcesilau - 35
3. Arcesilau e o problema da ação - 97
Cap. 2: A crítica acadêmica ao estoicismo - 119
4. A teoria estoica de representação e da apreensão - 121
5. A argumentação pela não-apreensibilidade - 137
Cap. 3 - Carnéades e o "probabilismo"
6. Acad. II, 99-11 - 173
7. AM VII, 159-89 - 197
8. Aúlogon, Pithanón, Phainómenon - 223
Conclusão - 241
Bibliografia - 255