As Origens das Aspirações Modernas de Liberdade e Igualdade, por Vito Letizia
O leitor tem nas mãos um livro incomum, por várias razões. Ele é o resultado da elaboração coletiva do grupo Interludium, um conjunto relativamente heterogêneo, integrado por cerca de 20 homens e mulheres, das mais variadas origens sociais, profissões e convicções ideológicas, que compartilham o fato de ter convivido, atuado politicamente e/ou estudado com Vito Letizia.
Parte do grupo, a “ala jovem”, é formada por ex-alunos do curso de Economia Política por ele ministrado, durante duas décadas, na PUC de São Paulo, e que, sob sua orientação, reuniu-se semanalmente, nos primeiros dez anos do século, para discutir a obra de Karl Marx. Outra parte é formada por ex-militantes da Organização Socialista Internacionalista (OSI), associada ao Comitê pela Reconstrução da 4ª Internacional (Corqui, trotskista), da qual Vito foi um dos principais dirigentes, entre 1975 e 1986.
Em setembro de 2013, o grupo Interludium integrou-se ao Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap), com o objetivo de levar adiante o projeto de preservação da memória histórica do movimento social brasileiro, estimular a pesquisa e a investigação científica e oferecer um espaço para a reflexão política, cultural e social numa perspectiva anticapitalista, de resgate da tradição revolucionária de Marx. O acervo, que reúne os arquivos de Mário Pedrosa, Fulvio Abramo, Lívio Xavier e, mais recentemente, os de Vito Letizia, entre outros, está sob custódia e conservação do Centro de Documentação da Unesp (Cedem).
Sobre o autor: Vito Letizia (1937-2012) militava na Fração Bolchevique Trotskis - ta quando foi preso pela ditadura, em 1970, sendo libertado apenas três anos depois. Após um perío - do de exílio na França, voltou ao Brasil, onde ajudou a fundar, em novembro de 1976, a Organização Socialista Internacionalista (OSI), com a qual rompeu dez anos mais tarde. Durante duas décadas foi professor de Economia Política da PUC-SP. Nos últimos anos de vida, militou brevemente no PSOL e promoveu uma intensa atividade de formação de quadros
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SUMÁRIO:
APRESENTAÇÃO – A fundamentação de um princípio - 9
PREFÁCIO – A história sempre fala do presente - 13
PARTE 1 – A Revolução Francesa: a origem das aspirações modernas de liberdade e igualdade - 21
A crise da monarquia absolutista francesa - 23
Caracterização das revoluções burguesas - 31
A burguesia e o povo contra o Estado monárquico - 35
O surgimento dos clubes e as novas exigências de representação política - 43
O 14 de Julho: a derrota decisiva da monarquia absolutista e a abertura do processo revolucionário - 57
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - 63
A lei marcial contra tumultos: o afastamento da burguesia em relação ao povo miúdo - 75
O massacre do Campo de Marte: o rompimento definitivo da burguesia constitucionalista com o movimento popular - 81
A ofensiva da burguesia republicana contra o movimento popular - 91
O desenvolvimento da dinâmica própria do povo miúdo - 97
A pena de morte contra os partageux - 103
O Comitê de Salvação Pública - 109
A Constituição de 1793 - 113
A crise da burguesia republicana - 125
A diáspora das ideias revolucionárias pela Europa - 127
O impacto da Revolução Francesa na América - 131
A representação política - 135
As celebrações dos centenários da Revolução Francesa - 143
Interpretações da Revolução Francesa - 149
PARTE 2 – A Social-Democracia europeia: as aspirações de liberdade e igualdade nas mãos da classe trabalhadora - 155
A Revolução de Julho de 1830 na França - 157
As revoluções de 1830 na Europa - 163
A Santa Aliança e o papel da Rússia - 169
A Revolução de Fevereiro de 1848 na França - 179
A Revolução de Junho de 1848 na França: o movimento dos trabalhadores pela “república democrática social” - 185
A Primavera dos Povos - 201
O Manifesto do Partido Comunista - 205
A Associação Internacional dos Trabalhadores - 217
A Comuna de Paris - 225
O Partido Social-Democrata da Alemanha - 241
O Programa de Gotha - 253
O Programa de Erfurt - 261
ANEXO – Uma história que precisa ser contada - 265
ANEXO – A Revolução Francesa, uma linha do tempo - 287
ANEXO – Cronologia da social-democracia europeia – 315
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