Bom Retiro, bairro central de São Paulo, de Liziane Peres Mangili
Feira da USP 2024

Bom Retiro, bairro central de São Paulo, de Liziane Peres Mangili

Marca: Alameda Referência: 978-85-7939-080-7


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Bom Retiro, bairro central de São Paulo, de Liziane Peres Mangili

Transformações e permanências 1930- 1954

Milhares de pessoas percorrem, todos os dias, as ruas do bairro paulistano do Bom Retiro. Atraídos pela indústria de confecção que tornou célebre sua principal via, a rua José Paulino, esses visitantes ajudam a manter um dinamismo econômico e social que marca esse segmento da cidade há mais de cem anos.

Loteado pouco a pouco desde fins do século XIX, o Bom Retiro nasceu como espaço de imigrantes, marcado pela vida operária, pelas fábricas de tecidos e de alimentos e, posteriormente, pela produção de vestuário e sua comercialização frenética. Outrora um bairro italiano (e, por isso, nele fica a Rua dos Italianos), ali foram se sobrepondo portugueses, espanhóis, judeus de diferentes origens geográficas, gregos, armênios e, mais recentemente, coreanos e bolivianos.

Tantas transformações estão, entretanto, firmemente alicerçadas também em permanências. Este livro instigante de Liziane Peres Mangili permite compreender, com base em ampla e rigorosa pesquisa documental, como o bairro manteve ao longo de décadas uma expressiva vitalidade econômica, baseada claramente em seu perfil misto. Habitação, indústria e comércio complementavam-se, numa equação auxiliada pela proximidade das estações e do centro paulistano. Seus lotes foram ocupados intensamente, por meio de sucessivas reformas e ampliações, garantindo uma densidade que se fortaleceu com a passagem das décadas.

Fontes cartográficas, processos de aprovação de plantas e anúncios de jornais são aqui relacionados de maneira criativa, o que permite documentar a trajetória de múltiplos agentes sociais. Loteadores, compradores de lotes, comerciantes, construtores e industriais surgem das páginas deste livro, permitindo entrever as redes sociais que teceram e construíram a urbanização do Bom Retiro.

Uma intensa complexidade que é somente possível nas grandes metrópoles contemporâneas, captada com vigor analítico e sensibilidade de pesquisa pela autora, nesse livro que, certamente, cativará os que procuram compreender as dinâmicas urbanas.

Paulo César Garcez Marins

 

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Interpretar a cidade de São Paulo para além das dualidades centro/periferia ou bairro das elites/bairro operário e desvendar a presença de estrangeiros em sua construção estão entre os principais objetivos do projeto coletivo de pesquisa no qual este livro se insere.

Para estes dois objetivos, o bairro do Bom Retiro, objeto deste livro, coloca questões instigantes e oferece elementos para desvendar processos pouco estudados no âmbito da história da cidade.

O Bom Retiro se origina do processo de urbanização do chamado “cinturão de chácaras” que circundou o centro da cidade até o final do século XIX, no contexto de transformações econômicas e sociais e de afirmação da capital como centro comercial e financeiro. Seu desenvolvimento contém ambiguidades e contradições que tornam imprecisa sua classificação como bairro, como centro, ou ainda, como bairro operário.

A proximidade e acessibilidade ao centro, assim como a proximidade a uma estação ferroviária, favoreceram a localização residencial, industrial, comercial e de instituições públicas que extrapolam a escala do bairro. Embora tenha abrigado indústrias de grande porte e integre o primeiro conjunto de bairros operários da capital, desde os primórdios de sua ocupação se esboça, no Bom Retiro, a tendência de negócios por conta própria.

Através de extensiva pesquisa em fontes documentais diversas – mapas, processos de aprovação de obras, registros de imóveis, anúncios imobiliários – o trabalho de Liziane Mangili ilumina várias dessas particularidades do Bom Retiro, ao esquadrinhar as mudanças ao nível das quadras, dos lotes, das edificações, e identificar os agentes deste processo, no arco temporal de 24 anos.

Assim, as conclusões deste livro não se restringem às dinâmicas do Bom Retiro. Muito pelo contrário, as singularidades do bairro apontam para uma maior complexidade e compreensão de estratégias, agentes, interesses, no processo de construção da cidade.

Sarah Feldman
Professora livre docente do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos - Universidade de São Paulo

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Sobre a autora: Liziane Peres Mangili é arquiteta e urbanista pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos/usp, mestre em Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição, e especialista em Restauração e Reabilitação do Patrimônio Histórico pela Universidade de Alcalá, Espanha. Atualmente desenvolve doutorado na fau/usp e é professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Francisco.

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Prefácio - 09
Introdução - 13
I – O bairro do Bom Retiro da urbanização até a década de 1950 - 29
1. O processo de urbanização do cinturão de chácaras do final do século xix a 1924
2. Urbanização e ocupação do bairro: indústrias e operários, pequenos negócios e imigrantes estrangeiros
3. O Bom Retiro no contexto da metropolização: o bairro das indústrias e comércio de confecções

II – 1930 a 1954: Construindo sobre o construído no Bom Retiro - 63
1. Valorização e compactação dos bairros adjacentes ao centro
2. Aumentos e reformas: acomodando cortiços, pequenos estabelecimentos e indústrias de confecções no Bom Retiro
3. Demolições e rearranjos fundiários: novas configurações para indústrias ou grupos residenciais, prédios de apartamentos e prédios com armazéns em todos os andares
4. A verticalização no Bom Retiro: prédios de apartamentos com comércio no térreo e prédios de loja e sobreloja para indústrias de confecções

III – Décadas de 1940 a 1950: construindo sobre a Várzea - 121
1. As várzeas do Tietê no Bom Retiro antes da canalização do rio: extração de areia e argila, depósito de lixo e emissário de esgoto
2. Canalização dos rios e córregos: saneamento, embelezamento… e incremento do mercado de terras na capital
3. A urbanização da várzea do Tietê no Bom Retiro: Rua “com todos os melhoramentos”?
4. Várzea: a área “mais residencial” do bairro

IV – Proprietários e profissionais no processo de transformação do bairro - 153
1. O primeiro ciclo de transferência de propriedades: loteamentos e multiplicação de proprietários
2. O segundo ciclo de transferência de propriedades: a demarcação de setores de proprietários italianos e de proprietários judeus
3. Aumentos, reformas e novas construções: as empresas e profissionais da construção atuantes no Bom Retiro

Conclusões - 189
Agradecimentos - 193
Listas - 195
Fontes Consultadas - 201
Bibliografia Geral - 207
Mapas coloridos - 223

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