Sensibilidade, coquetismo e libertinagem, de André Luiz Barros da Silva

Sensibilidade, coquetismo e libertinagem, de André Luiz Barros da Silva

Marca: Alameda Modelo: 2019 Referência: 9788579395789


Por:
R$ 105,00

R$ 99,75 à vista com desconto Pix - Vindi
ou 3x de R$ 36,40 com juros Cartão Visa - Vindi
Simulador de Frete
- Calcular frete

Sensibilidade, coquetismo e libertinagem, de André Luiz Barros da Silva

A Pamela inglesa, as Pamelas francesas e as mudanças éticas e estéticas do século XVIII

O romance Pamela, de Samuel Richardson (1740), inova ao misturar detalhismo na descrição das cenas cotidianas e dos sentimentos da protagonista.

Pressionada pela perseguição empreendida por seu patrão, o poderoso magistrado Mr. B, num misto de opressão social explícita e fantasia erótica sub-reptícia, Pamela vira símbolo realista de uma ética hiper-idealista – paradoxo que só enriquece esse momento definidor de um novo contrato entre obra e leitor. Voltaire, Rousseau e Diderot respondem com obras próprias a tal abalo cultural.

Outros autores, hoje desconhecidos – Boissy ou d’Aucour –, atuam como fomentadores do embate entre a "sensibilité" e a "libertinage" – entre a mímese que exige empatia e a do cinismo distanciado. Diderot será o teórico sutil do novo momento, em ensaios sobre o teatro ou mesmo em seus romances, como A Religiosa. Faz um hiperbólico (e brilhante) Elogio a Richardson com vistas a descrever o novo pacto de leitura no Ocidente.

Se Marivaux cria uma personagem coquete que resiste à centralidade masculina e Voltaire se afasta do aristocratismo rumo ao enternecimento, Crébillon fils criará o tipo do libertino, deixando claro o tensionamento ético que se joga no tabuleiro do drama, do romance e da teoria da nova verossimilhança, a definir o campo estético da Europa do momento, entre França e Inglaterra, entre o antigo classicismo e a nascente modernidade estética.

Sobre o autor: André Luiz Barros da Silva é pesquisador do século XVIII francês e inglês, tem ensaios sobre Diderot, Rousseau e Sade. Tradutor de Sade (Novelas trágicas, 2008). Tenta flagrar os ecos das tensões do século XVIII no Brasil do XIX ou XX, em ensaios sobre Machado de Assis, Raul Pompeia ou João do Rio.

 

Também disponível em formatos digitais:

Amazon

Google 

Apple

Kobo

-------------------------------------------------
Sumário:
Prefácio (Michel Delon) 9
Introdução 15

Ambiguidade no reino das certezas: amor, erotismo e dubiedades individuais 23
O reino das ambiguidades 31
As ambiguidades de base se desdobram: as contradições da condição social 38
A ambiguidade individual da criada a valorização da credulidade: 44
A escrita como resistência e possibilidade de reverter a posição de vítima 52
A gradativa e discreta transformação de Mr. B. 58
Uma ancestral de Pamela: La vie de Marianne 67
A carta: coloquialismo resistente no horizonte das belles-lettres 72
As cartas da fictícia freira portuguesa 81
A carta como ameaça: La Princesse de Clèves 100
O amor no cenário de poder e erotismo 117
A virtude, qualidade clássica feminina, frente à impetuosidade masculina 126
Ian Watt: a ambiguidade em contexto histórico e sociológico 134
Pedaços do mundo antigo: público, privado e classe em Pámela 141
Pequeno panorama do erotismo em prosa anterior a 1740 144
“Paixões” clássicas: Racine e uma nova representação do desejo individual 154
Romance e moral: Mr. B. como libertino 167
Mudança no tratamento do tempo: Voltaire segundo Spitzer e Auerbach 179
Um “filósofo rococó”: superficialidade, universalismo e sedução em Voltaire 190
O mundanismo segundo Voltaire 196
Le méchant: o mundano se torna réu 204

Pamela chega à França: translado e transformação de uma personagem 213
A recepção de duas Pamélas, a inglesa e a francesa, pela visão de dois missivistas 219
A singular paródia de um romance em meio à voga de paródias cômico-operísticas 231
Crébillon fils e o espírito de paródia como contraponto 237
Ancestralidade dos salons no início do século XVII: o hôtel de Rambouillet 239
A Paméla de Boissy: entre o divertissement e a comédia clássica 243

Origens da “peça lacrimosa” e da “sensibilidade”, ainda em 1735-1736 263
A sensibilité no domínio 266
O tableau (quadro) e as lágrimas 270
Mélanide: o tom adequado de tratamento do amor 274
Não se pode representar o amor sério no teatro 277
Mélanide: a transformação do classicismo 283
Mélanide: a invenção do “final feliz” 289

A Paméla lacrimosa de Nivelle de La Chaussée 293
O novo realismo teve um exemplo francês em Marivaux 298
A sensibilité como mediadora da leitura e da audiência 301
Virtude e vício do romance: o útil e o agradável 308
O martírio como modelo de purgação 317
Em torno do realismo das “Pamelas”, no palco e no romance 325
Uma prosa coquete: Marivaux e a questão feminina 332
Marivaux e a concepção da fala e da atuação no monde 338
Coquetismo e conversation 341
A peça de La Chaussée 344
A derrota das Pamelas: radicalizando o cômico contra as pretensões do sentimento 353
A Mãe Azul: a edição popular como personagem 360
A vitoriosa Pamela de Voltaire 371
Prefácio de Nanine 372
O filósofo enternecido 380
O ancião famoso e o elogio da pobreza digna 386
Rousseau espectador de Nanine 391
Hombert se revela: o reconhecimento final ancorado na tradição narrativa 399

Observações finais 409
Bibliografia 441

Deixe seu comentário e sua avaliação







- Máximo de 512 caracteres.

Clique para Avaliar


  • Avaliação:
Enviar
Faça seu login e comente.

Aproveite também e

Compre Junto

Confira os produtos