Entre a vanguarda e a tradição, de Marcia Camargos

Entre a vanguarda e a tradição, de Marcia Camargos

Marca: Alameda Modelo: 2011 Referência: 978-85-7939-073-9

  • Medida: Altura: 01cm, Largura: 14cm, Comprimento: 21cm
  • Páginas: 464 páginas
  • Peso: 500 gramas

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Entre a vanguarda e a tradição
Os artistas brasileiros na Europa (1912-1930) 

de Marcia Camargos

A memória paulista acostumou-se a ler o passado através das lentes do movimento modernista de 1922, transformando-o num autêntico vesúvio cultural, cuja erupção iluminaria todo o período posterior. O resultado foi um ofuscamento de eventos e personagens de épocas anteriores. Este livro nos chega para atenuar esta espécie de amnésia recalcada. Retomando suas pesquisas, notadamente sobre a Villa Kyrial, Marcia Camargos reconstitui em detalhe não apenas a história do Pensionato Artístico, como faz dele um catalisador para redescobrir, sob forma de biografia coletiva e dramas individuais, toda a vida cultural paulista daquelas décadas esquecidas. Entre conhecidos e nem tanto, lá encontram-se Anita Malfatti, Victor Brecheret, Túlio Mugnaini, Dario e Mário Villares; e, no grupo dos músicos, Souza Lima, Francisco Mignone, Estela Epstein, Mário Camerini e tantos outros.

Por trás do rebarbativo nome Pensionato, havia uma instituição, fundada em 1912, que patrocinou a formação europeia de toda uma geração de artistas que marcariam de maneira notável a história cultural paulista. Liderando o Pensionato, estava a figura erudita do advogado, senador e poeta Freitas Valle, aqui transmutado em mecenas híbrido, já que centralizava as decisões, em brasileiríssima mistura de clientelismo e filantropia praticadas com verbas públicas. Porém, nem mesmo sua atitude controladora conseguiu enquadrar a liberdade criativa dos bolsistas nas bitolas dos moldes acadêmicos, pois a grande maioria mergulhava no efervescente clima cultural europeu das décadas anteriores à Guerra de 1914, que já era, a rigor, modernista.

Apesar de tantos documentos perdidos após a morte de Freitas Valle, Marcia Camargos escavou fundo em arquivos dispersos no Brasil e na Europa, incluindo registros de cartórios e cemitérios, além de preciosos acervos particulares. E, no contrapelo daquele ofuscamento da memória, brinda os leitores com uma contribuição inestimável para a história da cultura paulista.

Elias Thomé Saliba

Sobre a autora: Marcia Camargos é escritora e jornalista, com pós-doutorado pela USP. É biográfa de Monteiro Lobato e autora de Villa Kyrial: crônica da Belle Époque paulistana, A Semana de 22:entre vaias e aplausos, Micróbios na cruz, Pinacoteca do Estado: a história de um Museu e O Irã sob o chador- os dois últimos, em co-autora.

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SUMÁRIO: 

Os caminhos da pesquisa – 11

A construção da modernidade - 23

O circuito artístico - 31

Sons da Pauliceia  - 39

O Pensionato Artístico no contexto paulistano - 53

Nos moldes acadêmicos - 69

Imaginário e representações - 79

O impacto da Primeira Guerra - 107

Universalismo e retorno à ordem - 119

Cotidiano e aprendizado na Europa  - 133

Entre a vanguarda e a tradição - 431

Bibliografia - 453

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