Juiz de Fora, Zona da Mata Mineira, século XIX. Os Paula Lima, os Barbosa Lage e os Dias Tostes eram à época famílias importantes na região. Donos de terras, riquezas, destacavam-se na economia e na política. E possuíam também muitos cativos.
Integrantes de tais famílias e, sobretudo, seus escravos, são o objeto da análise do Prof. Jonis Freire neste livro, resultado de tese apresentada na Unicamp, com a qual obteve o título de doutor em História.
Trata-se de estudo solidamente embasado em amplo elenco de fontes primárias. Foram utilizados registros paroquiais de batismos e casamentos, processos de inventários post-mortem, cartas de alforria, escrituras de transações envolvendo escravos, mapas de população. Cada uma dessas fontes, em mãos hábeis, confirmou sua potencialidade como valioso manancial de múltiplas informações, enriquecido, ademais, pelo confronto entre elas.
O resultado da ação do historiador sobre essa vasta documentação é contribuição importante ao nosso conhecimento acerca do passado escravista brasileiro. Contribuição que se espraia por diversos temas caros aos estudiosos daquele passado: a demografia, a economia e a história social da escravidão; mais especificamente, as famílias cativas, as práticas de alforrias, o parentesco espiritual, o tráfico de escravos.
Um trabalho, decerto, de grande utilidade para muitos e que trará momentos de deleite intelectual para todos os seus leitores.
Sobre o autor: Jonis Freire possui graduação em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (2000), mestrado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004), doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2009) e pós-doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2014). Professor colaborador do Programa de Pós-graduação em História (PPGH) da Universidade Salgado de Oliveira/Niterói. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil (Colônia e Império), atuando principalmente nos seguintes temas: História Social, Demografia e Economia da escravidão. Atualmente é professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense.