A construção biográfica de Clóvis Beviláqua, de Wilton C. L. Silva

A construção biográfica de Clóvis Beviláqua, de Wilton C. L. Silva

Marca: Alameda Modelo: 2016 Referência: 978-85-7939-399-0


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A construção biográfica de Clóvis Beviláqua, de Wilton C. L. Silva

Memórias de admiração e de estigmas

O jurista Clóvis Beviláqua (1859-1944) ocupou posição privilegiada entre os “brasileiros notáveis” do contexto de transição do século XIX para as primeiras décadas do século XX no Brasil, como membro destacado de uma elite política e intelectual, tendo sido professor na Faculdade de Direito de Recife, autor do Código Civil de 1917, consultor do Ministério das Relações Exteriores e jurista de prestígio internacional, além de crítico literário e autor de livros de direito, filosofia e história.

Suas biografias tanto enfatizam a amplitude de seus conhecimentos jurídicos, os méritos da codificação civil da qual foi autor e o modo de vida humilde e generoso que lhe valeu a alcunha de “santo laico”, quanto enfrentam, de forma diferenciada, seus estigmas de filho de padre, de humilhação intelectual em polêmica gramatical e jurídica com Rui Barbosa e da relação com a esposa, eventualmente descrita como escritora arrivista, dona de casa relapsa, mulher pouco vaidosa e desalinhada no vestir, mulher leviana ou adúltera, entre outras adjetivações negativas.

A partir de quatro biografias de Clóvis Beviláqua, escritas por Lauro Romero (1956), Raimundo Menezes e Ubaldino de Azevedo (1959), Noemia Paes Barreto Brandão (1989) e Silvio Meira (1990) discute-se a trajetória, a memória e o esquecimento do jurista a partir de distintas matrizes narrativas. 

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Para escrever “A construção biográfica de Clóvis Beviláqua”, o historiador Wilton C. L. Silva pesquisou quatro biografias de Clovis Beviláqua. O autor nos oferece assim análise da relação entre biografismo, memória social e fazer historiográfico, Wilton elabora seu argumento sobre a escrita biográfica apontando as conjunções e disjunções entre os distintos campos em que essa relação se mostra, por exemplo, na antropologia, na literatura e na história.

Evitando argumentos sobre o caráter do biográfico, é sobre o seu efeito na constituição da memória de que trata este trabalho. Se, como diz o autor, analisar biografias de uma mesma pessoa não é algo original, a originalidade de sua pesquisa está na escolha do personagem, Clóvis Beviláqua, e, em particular, no seu contraponto, Ruy Barbosa, no contexto de ambos: o código civil e o campo jurídico. Essa boa escolha já anuncia a sensível relação criada entre biografismo e memória social.

A memória de Clóvis Beviláqua oscila entre considerá-lo como ilustre ou desconhecido.  Desta forma, é por meio da pesquisa das quatro biografias publicadas depois da morte de Clovis, que Wilton analisa os modos como essa vida póstuma se manifesta na narrativa biográfica.

Suely Kofes, Departamento de Antropologia/Unicamp

 

Sobre o autor: Wilton C. L. Silva é professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Campus de Assis, e coordenador do MEMENTO - Grupo de Pesquisa de Memórias, Trajetórias e Biografias. É autor de As Terras Inventadas: Discurso e Natureza em Jean de Lery, André João Antonil e Richard Burton (UNESP, 2003), Sociologia & Educação: leituras e interpretações (em coautoria com Alonso Bezerra de Carvalho, Avercamp, 2006) e Literaturas de Viagem: fauna, flora e etnografia brasileira (em coautoria com André Figueiredo Rodrigues e José Otávio Aguiar, Humanitas, 2013), além de alguns capítulos de livros e artigos acadêmicos.

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Sumário
Apresentação - 11
Prefácio - 15
Introdução - 19

História e Biografia - 25
Biografias e a vida póstuma - 25
O biografismo entre fronteiras - 34
Construção e reconstrução da Memória - 43
Biografia e História - 52

Biografias de Clóvis Beviláqua (1859-1944) - 61
Ilustre e desconhecido: a memória de Clóvis Beviláqua - 61
A herança da admiração: o homem bom e justo por Lauro Romero (1956) - 66
Memória entre pares: o jurista-filósofo por Raimundo Menezes e Ubaldino de Azevedo (1959) - 85
Intimidade e monumentalidade: o cotidiano de um notável por Noemia Paes Barreto Brandão (1989) - 124
Três estigmas: marcas de uma biografia - 133
Uma trajetória profissional e intelectual: verdade biográfica por Sílvio Meira (1990) - 144

(in)Conclusões Finais - 191
Anexo - 199
Bibliografia - 201
Agradecimentos - 247

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