Gente que brilha quando os maestros de encontram, de Theophilo Augusto Pinto
Este é um livro que fala sobre a Era de Ouro do Rádio no Brasil do ponto de vista dos artistas e radialistas que trabalharam naquele período. Para isso, utilizou-se um grande número de gravações radiofônicas que sobreviveram ao tempo e que chegaram aos dias atuais, de modo a criar uma análise aprofundada de seu conteúdo.
Escutando-as novamente, foi possível revisitar uma produção que muitas vezes perdeu terreno para discussões sobre a música popular que falam dos tempos do samba malandro, do nacionalismo do samba exaltação, da Bossa Nova e das canções de protesto, entre outros.
Esses homens e mulheres do rádio estavam envolvidos com o samba, o bolero, o jazz, a rumba, o baião, o choro e outros gêneros musicais, e falavam sobre diversos temas do cotidiano para apresentar este repertório tão diverso. Com isso, buscavam atender à expectativa de grandes patrocinadores e do público do rádio em geral.
Para tanto, contava-se com maestros, cantores, músicos, humoristas e radioatores que criaram toda uma sonoridade envolvente para suas falas sobre a memória, a negritude e a “ameaça” da música estrangeira, entre outros assuntos. Contar um pouco da história desses homens, seus programas e suas músicas é o objetivo deste livro.
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Sobre o autor: Theophilo Augusto Pinto é músico profissional e professor universitário. Fez a graduação e o mestrado no departamento de música da Universidade de São Paulo. Pianista de formação, atuou como instrumentista em diversos espaços musicais de São Paulo, desde o estúdio de gravação até o salão de baile, da orquestra sinfônica ao ensino da teoria e operação de sintetizadores musicais. Sua vivência profissional o fez identificar-se com a história dos músicos e produtores do auge radiofônico. Afinal, também eles tinham a necessidade de trazer o melhor resultado artístico possível para cada situação musical que lhes era apresentada. Este livro é a sua tese de doutorado defendida na FFLCH da USP e que conta parte da história desses artistas.
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SUMÁRIO
Prefácio - 7
Introdução: pontilhando sobre os fragmentos de um momento histórico - 11
O rádio enquanto objeto de pesquisa: crítica bibliográfica e análise - 17
A bibliografia sobre o rádio e a construção de um Monumento - 17
O rádio abstrato: oralidade, ruído, simultaneidade - 39
O rádio concreto: a construção de um acervo e a metodologia de pesquisa - 62
Almanaques e canções: nostalgia, memória e um tempo idílico no rádio - 75
O “culto da saudade” no rádio - 75
O passado idílico na justaposição de músicas - 78
O passado do carnaval - 90
O campo e a cidade - 94
O passado “menos comercial” - 103
A memória explícita no rádio - 111
Da “tristeza secular” à “alegria incontrolável”: alguns traços da representação da negritude no rádio - 117
O negro, o rádio e o futebol - 119
O mito do passado negro - 124
A questão do negro e do exótico - 141
É o mesmo negro aqui e além (a questão do jazz) - 151
Aquarelas das Américas quando canta o Brasil: uma falsa ameaça à estrangeirização - 175
Música e imaginação: uma orquestra pintando o cenário - 183
Um Almirante no bunker (e a educação do público brasileiro) - 210
A pluralidade artística dos programas radiofônicos - 221
O começo do fim - 245
Final - 247
Anexos - 251
1. Abreviaturas dos programas utilizados - 251
2. Mapa do tempo dos programas radiofônicos - 251
3. A questão da clave na série Nas Asas de um Clipper - 266
Referências bibliográficas - 271
Bibliografia Geral - 271
Memorialistas, Crônicas e Biografias - 271
Material Audiovisual - 292
Agradecimentos - 305