O imaginário macabro, de Juliana Schmitt

O imaginário macabro, de Juliana Schmitt

Marca: Alameda Modelo: 2017

  • Páginas: 256 páginas
  • Medida: Altura: 01cm, Largura: 16cm, Comprimento: 23cm
  • Peso: 400 gramas

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Idade Média - Romantismo

Que o macabro seja a via de acesso privilegiada aos mistérios de nossa humana condição, quanto a isso não resta grande dúvida. Afinal, suas manifestações, sejam quais forem, remetem invariavelmente ao obscuro reino dos mortos, onde defuntos, esqueletos, caveiras e cadáveres putrefatos nos obrigam a recordar que o corpo é sempre morada provisória, e a vida, percurso passageiro.

O que pode surpreender, contudo, é que a misteriosa aura em torno do imaginário macabro exceda suas figurações eletivas para abarcar o próprio significante que as define. Este, como se aprende nas páginas deste livro, aparece pela primeira vez em 1376, nos singelos versos de um jurista francês que acabava de se reestabelecer de gravíssima enfermidade. Para dar conta do desconhecido, o homem que avistara a morte de perto propunha uma palavra igualmente desconhecida, que veio a suscitar reiteradas interrogações durante muito tempo. Qual seria, então, o significado da incógnita expressão francesa macabre?

 Não deixa de ser curioso que, já nessa ocasião inaugural, o estranho termo apareça relacionado à palavra dança. Daí que certos estudiosos tenham sustentado que Macabre teria sido o autor dos versos transcritos algumas décadas mais tarde em um afresco do cemitério de Saints Innocents, em Paris, onde figura a primeira cena de dança macabra de que se tem registro. Mas essa é apenas uma das inúmeras e fabulosas hipóteses formuladas ao longo dos séculos que se seguiram, seja por religiosos, filósofos, historiadores ou literatos que, na obstinada tentativa de desvendar os segredos do macabro, só contribuíram para ampliá-los ainda mais.

Aliás, a extraordinária história em torno dessa palavra, e do imaginário estético por ela designado, daria farta matéria para um Sherlock Holmes, não fosse o privilégio de conhecê-la aqui pelas mãos de uma historiadora do quilate de Juliana Schmitt. Autora de um importante ensaio intitulado de Mortes Vitorianas - Corpos, luto e vestuário (2010), em que analisa as diversas manifestações do apego ao morto na cultura oitocentista, seu novo livro se vale da mesma escrita elegante para investigar a Idade Média e o Romantismo, na Europa e no Brasil. O resultado é um texto rigoroso e original que examina a fundo dois momentos históricos que formularam algumas das mais instigantes respostas sensíveis ao enigma da morte.

Eliane Robert Moraes

 

Sobre a autora: Juliana Schmitt é historiadora, formada pela Universidade Estadual de Londrina, com especialização em História e Teorias da Arte. Mestre em Moda, Cultura e Arte pelo Centro Universitário Senac e doutora em Letras pela Universidade de São Paulo, atualmente dedica-se ao pós-doutorado em Artes, Cultura e Linguagens da Universidade Federal de Juiz de Fora. É professora e pesquisadora nas áreas de História da Arte, da Literatura, do Vestuário e da Moda, com as quais trabalha na interdisciplinaridade com a História da Cultura e das Mentalidades. É autora de Mortes Vitorianas: corpos, luto e vestuário, publicado pelo Editorial Alameda em 2010.

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