Viagens Ultramarinas
Ronald Raminelli analisa a administração colonial portuguesa e a formação da elite brasileira
Em 1808, quando a Corte portuguesa estabeleceu-se no Rio de Janeiro, uma nova configuração política surgia no império colonial português. De Lisboa partiam, rumo às conquistas, os vassalos em busca de terras e mercês, que enfrentavam as adversidades dos novos territórios com a intenção de alargar os horizontes dos reais domínios. Este livro pretende estudar como os vassalos do rei português contribuíram para manter esse vasto império, durante tantos séculos, e como a lealdade monárquica viabilizou um governo a distância. Sem a contribuição dos moradores das possessões ultramarinas, seria inviável o controle das conquistas por parte do soberano.
Para melhor conhecer o governo a distância, a minuciosa pesquisa de Ronald Raminelli buscou explorar não apenas a administração formal conduzida por vice-reis, governadores e magistrados, mas, sobretudo, o desempenho de uma elite ilustrada, filha das luzes, que viajava a paragens remotas, representava o rei e escrevia a Lisboa para inventariar o império, seus povos, riquezas e fronteiras.
O livro mostra ainda os estritos vínculos entre o monarca e a elite luso-brasileira, explicando o nascimento de uma elite conservadora por defender a união com Portugal e, posteriormente, por consolidar a autonomia política comandada pelo príncipe D.Pedro. As viagens ultramarinas ainda viabilizaram a composição de memórias econômicas sobre as relações entre metrópole e colônia.
Sobre o autor: Ronald Raminelli é professor associado do departamento de História da Universidade Federal Fluminense.
ISBN: 978-85-98325-67-5