Cidadania do capital?, de Michelangelo Marques Torres

Cidadania do capital?, de Michelangelo Marques Torres

Marca: Alameda Modelo: 2019 Referência: 9788579395093


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Cidadania do capital?, de Michelangelo Marques Torres

Em nosso mundo contemporâneo, as palavras têm seus sentidos cada vez mais metamorfoseados. Resgatam-se bandeiras e temas do passado recente e, depois de um exercício de contorcionismo desprovido de qualquer sentido de autenticidade, os capitais as adulteram com volúpia. Voluntariado, empreendedorismo, colaboradores, parceiros, participação, times de trabalho, empregabilidade, sustentabilidade ambiental, responsabilidade social, o palavrório é tão vasto quanto à mistificação presente em cada uma delas.

Basta lembrar que a Vale, pouco tempo antes da tragédia de Mariana, era citada como exemplo de sustentabilidade ambiental. Prêmio que também ostentava a British Pretoleum, antes do vazamento que contaminou as águas do litoral do Golfo do México. No ramo automotivo, só para dar mais um exemplo, cada vez mais as montadoras são obrigadas a praticar o recall, que muitas vezes trazem risco letal.

A “responsabilidade social” é outra palavra que não pode estar ausente do ideário empresarial “moderno”. Não é preciso praticá-la, mas é imperioso propagá-la. Se ela é efetiva ou não, isso é o que menos importa.

O que vale, na era das grandes corporações tão produtivas quanto destrutivas, é o seu desempenho nas cadeias produtivas globais. Quanto mais crescem, quanto mais se expandem, quanto mais absorverem suas concorrentes, mais bem sucedidos serão seus CEO (Chief Executive Officer). Pouco importaque sua pragmática seja de fato a da irresponsabilidade societal.

Em boa hora Michelangelo Torres apresenta seu livro, que se origina de sua Dissertação de Mestrado, defendida no IFCH/UNICAMP. Ele nos ajudará a melhor compreender esse ideário que oscila entre a falácia e a burla.

Ricardo Antunes
Professor Titular de Sociologia do Trabalho no IFCH/UNICAMP.

Sobre o autor: Michelangelo Marques Torres é docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e doutorou-se em Ciências Sociais pela UNICAMP. Atualmente é coordenador geral do SINTIFRJ (Sindicato dos Trabalhadores do IFRJ). Este livro corresponde a uma versão de sua dissertação de mestrado, defendida no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da UNICAMP.

Sumário

Prefácio 11
Apresentação 19
Introdução: O novo retrato da Responsabilidade Social Empresarial no Brasil 31
Objeto de pesquisa e objetivos 40
Hipóteses 44
Aspectos metodológicos 50
Elementos teóricos para o enfoque relacional da burguesia e suas frações 54

Corporações orgânicas do capital e a burguesia brasileira
Corporações Orgânicas do Capital: institutos, fundações, organizações empresariais e aparelhos privados de hegemonia no campo da RSE 65
Desenvolvimento da burguesia brasileira: o contexto do capitalismo dependente em Caio Prado Júnior e Florestan Fernandes 92
Deslocamento da filantropia para a RSE no capitalismo contemporâneo 99
O protagonismo empresarial no Brasil 107

O mundo das empresas: o discurso de management
Metamorfoses dos conceitos no novo dicionário do capital: da Sociedade Civil ao “Terceiro Setor” 119
O estado da arte da RSE no discurso empresarial: elementos dominantes do debate 142
Do governo FHC (1995-2002) ao governo Lula (2003-2010): a agenda social do empresariado 148
Balanço da agenda social do empresariado: dados e pesquisas 178
A percepção do empresariado 197
O mito da terceirização enquanto “modernização empresarial” 200

Orientações ideológicas da RSE: o mito da Solidariedade, da Participação e do Voluntariado 204
Conclusões provisórias 216

O caráter internacionalizado e expansionista da economia capitalista e a localização do caso brasileiro
Vigência e atualização da teoria do imperialismo e a transnacionalização do capital 227
O poder mundial das corporações empresariais e a especificidade do caso brasileiro nos anos 2000 - 234
Concentração e centralização de capitais: o poder social corporativo no contexto da financeirização 237
A década neoliberal no Brasil: mercado de trabalho e relações trabalhistas na Era FHC 245
Transnacionais e submetrópoles: a expansão imperialista no Brasil 252
Algumas observações sobre a especificidade do caso brasileiro recente 259
Construção de hegemonia e a “Cidadania do Capital” em questão 265

Referências bibliográficas 273

 

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