A EXPERIMENTAÇÃO DO GROTESCO EM CLARICE LISPECTOR

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Referência: 8586372692

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A EXPERIMENTAÇÃO DO GROTESCO
Joel Rosa de Almeida
248 p., 2005, 14x21 cm
ISBN 85-86372-69-2

 

Os leitores de Clarice lispector sabem que ela escrevia para ajudar a matar a literatura. Sua produção textal era altamente consciente de que a autonomia da literatura, nos tempos atuais, punha vivo - e muito vivo - o problema do limite da relevância desse tipo de produção. Na periferia do capitalismo, numa sociedade em larga medida pouco alfabetizada, nos tempos da prevalência da indústria cultural, o que significa escrever literatura? Buscar sentido para a vida?

Todos os caminhos estavam fadados a sua negação. Para Clarice Lispector o impasse era claríssimo - sem trocadilho infame -; por isso, escrever, para ela, era uma espécie de exercício pungente e agônico, como quem diz do que não pode ser dito, mas não pode deixar de ser dito, mesmo que seja a derradeira palavra antes da morte.

Ao mesmo tempo, essa palavra em muitas palavras, deverá escorrer pela página em branco como um aler ta para os limites das possibilidades humanas. Se a literatura - voz das essências e dos núcleos do humano - está degradada em mercadoria, no mesmo estatuto que possibilita sua produção, circulação e consumo, o que resta a dizer?

Este magnífico ensaio de Joel Rosa de Almeida constata e analisa a específica caminhada de Clarice Lispector pelo âmbito do grotesco, como a via privilegiada que a escritora utiliza em Onde estivestes de noite para responder a esse impasse. O grotesco, como categoria teórica e estética buscada em Kayser e Bakhtin, procura dar conta da experimentação radical da escritora, associando literatura e artes plásticas (especialmente a pintura) no que ainda se pode escrever, sem ingenuidade e no limite do moderno e da modernidade.

Mas não se trata de analisar apenas o eleito do grotesco na caracterização de personagens, na vida cotidiana alienada e desumana, nos passos instáveis de ações cujo sentido parece inexistir. Trata-se também de observar o grotesco enquanto forma, enquanto modo de produção, reprodução e deformação de textos; textos retomados, reescritos, repostos como sentidos mutantes, como as coisas que a vida diz e desdiz permanentemente. E a Clarice mais radical, no limite daquilo que não se pode dizer e se dito não tem sentido, ou se o tem é um sentido desfeito, como se a vida e o texto se desencontrassem, se atirmassem e negassem.

Por isso que a literatura dialoga com a pintura, duas linguagens que necessitassem de auxílio mútuo e ainda assim o sentido da vida permanecesse em aberto. Se é que a vida tem algum sentido. Esse, creio, é o resultado do excelente trabalho que o leitor tem diante de si. (Valentim Facioli)

 

Sobre o autor: Joel Rosa de Almeida possui Graduação pela Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas, Mestrado em Letras pela Universidade de São Paulo - USP  e Doutorado em Letras, na Universidade de São Paulo, no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, no Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Foi doze anos docente do Ensino Superior da Universidade Nove de Julho e atua principalmente nos seguintes temas: Clarice Lispector, a estética do grotesco na literatura, resenha crítica e ensaio literário. 

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SUMÁRIO:

AGRADECIMENTOS - 7

APRESENTAÇÃO - BERTA WALDMAN - 9

INTRODUÇÃO - 17

FORTUNA CRÍTICA - 23
Discussão e reticências - 31
Primeiros estudos e brechas críticas - 37
Além das fronteiras lingüísticas e culturais - 44
Atalhos críticos - 50

DO CONTO E SUAS PERSONAGENS - 53
"Onde estivestes de noite": a tela grotesca de CL - 53
O andrógino e os malditos (1° momento) - 55
Carnavalização das personagens (2º momento) - 69
A redenção dos malditos (3° momento) - 78
Diálogos intertextuais e universo paródico - 84

RETRATOS DE PERSONAGENS VELHAS - 99
Sra. Jorge B. Xavier: labirinto e morte - 105
Dona Maria Rita Alvarenga Chagas Souza Melo: abandono e morte - 117
Dona Frozina: mistério e vida - 132

DOS GÊNEROS HÍBRIDOS E SEUS FRAGMENTOS - 139
Crônica e paródia de relatório - 139
A gestação da "menina-potro" - 143
A migração e o repartejamento dos textos - 147                                                                                                                                                                                                                        O alinhavo dos fragmentos ou lambendo as crias - 157
Sveglia: a personificação da Coisa - 166

TEXTOS COMO ESTALACTITES - 185

BIBLIOGRAFIA - 223
Da autora - 223
Datiloscritos - 225
Fortuna crítica - 225
Recepção crítica de Onde estivestes de noite - 229
Geral - 231
Filmografia - 239

MATERIAL ICONOGRÁFICO - 241

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