OSSIAN, de Thiago Rhys Bezerra Cass
Marca: Nankin Editorial Modelo: 2020 Referência: 978-65-88875-00-1
OSSIAN, de Thiago Rhys Bezerra Cass
Entre a epopeia e o romance
No século de ascensão do romance britânico, gênero que passaria a ocupar o centro do debate literário e se tornaria parte do cotidiano do público leitor, parece extemporâneo o surgimento de um ciclo de poemas épicos que não só causariam sensação mas teriam ainda grande impacto na cena cultural setecentista e oitocentista. Desde sua publicação, entre 1760 e 1763, os Poemas de Ossian constituíram um problema crítico. Atribuídos a um velho bardo celta do século III d.C. e supostamente traduzidos pelo escocês James Macpherson, esses poemas suscitaram controvérsias envolvendo sua origem, autenticidade e questões de autoria, ao mesmo tempo que, com o recurso ao primitivismo, representavam uma resposta às grandes mudanças que se operavam na Escócia sobretudo a partir da segunda metade do século XVIII. Conjunção entre relato épico e tom lírico, os poemas ossiânicos cantaram a saga dos habitantes das Terras Altas (Highlands), dando a ver seus modos de vida, valores, costumes e organização, a vida e narrando os feitos do guerreiro escocês Fingal.
Essa é a matéria de Ossian: entre a epopeia e o romance, o percuciente mergulho de Thiago Rhys Bezerra Cass nos poemas Fingal e Temora – “epopeias fraturadas” – e seus impasses formais, nos quais o autor encontra um correlato com a instabilidade genérica que igualmente caracterizou o romance em seu momento de formação. Se pareceria infundada, ou mesmo improvável, uma aproximação entre gêneros tão distintos, o estudo vai encontrar no romance setecentista.
Sobre o autor: Thiago Rhys Bezerra Cass é professor do Departamento de Letras Anglo-Germânicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês da Universidade de São Paulo. Membro do International Association for the Study of Scottish Literatures e da Associação Brasileira de Estudos do Século XVIII.
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SUMÁRIO:
Prefácio - 15
Ponto de partida - 19
1. Disjunção épica - 31
1. O problema da forma - 31
2. Neoclássicos - 51
3. Primitivistas - 77
4. De volta a Fingal e Temora - 91
4.1. Anotações à margem - 91
4.2. Poemas heroicos - 94
4.3. Poemas épicos - 130
4.3.1. Fingal - 135
4.3.2. Temora -178
2. Conciliação novelística - 199
1. Totalidades paralelas - 199
2. Síntese do heterogêneo - 234
2.1 Forma à instabilidade - 239
2.2 Aphra Behn - 270
2.3 Love in excess - 285 2.4 Daniel Defoe 2.5 Clarissa 3. Sir Fingal Grandison 3.1. Dúvida novelística 3.2 Escuridão
Referências bibliográficas