
Método e Arte, de Maria Fernanda Derntl
Urbanização e formação territorial na capitania de São Paulo, 1765 – 1811
Observando o processo de criação e estabelecimento de novas vilas e povoações, este trabalho acompanha a elaboração de uma política no campo da urbanização levada a cabo na capitania de São Paulo entre os anos de 1765 e 1811.
No urbano, mesmo quando há projeto, a sua materialização é sempre um processo. Este trabalho assume de maneira inequívoca a apresentação dos processos de criação urbana na sua dimensão mais abrangente, que é a da própria história. Mas não se trata da mera narrativa cronológica da criação das vilas e povoação. Ao contrário, a intenção declarada da autora é questionar sobre os procedimentos e métodos, sobre como se deu o processo, em que circunstância, com que agentes, com que meios, com que resistência, com que conflitos. E muito houve. Como bem disse o próprio Morgado de Mateus: “Não há coisa tão dificultosa de conseguir e que necessite de tanto trabalho e paciência como é povoar e fundar estabelecimentos”.
O trabalho de Maria Fernanda Derntl começa com a leitura do quadro mais amplo dos territórios do império português e do papel desempenhado pelas cidades e pelo urbanismo. Este livro segue abordagem dos territórios da capitania de São Paulo, que já no título enfrenta a questão primordial do também processo de reestruturação da capitania restaurada em 1765, vendo nesse contexto o papel fundamental desempenhado pelas frentes de urbanização que efetivamente redesenham o seu território.
Renata Klautau Araújo, Universidade do Algarve
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Sobre a autora: Maria Fernanda Dorntl é doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB).
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Sumário:
Apresentação. Entre o semeador e o ladrilhador - 9
Introdução. Cidade colonial, política e urbanização: problemas e horizontes - 13
No Império Português - 21
Reformas urbanas na Metrópole - 31
Das vilas aos territórios luso-americanos - 45
Territórios da capitania de São Paulo - 69
Redefinição da geografia política - 69
Reorganização da malha administrativa - 75
Frentes de urbanização - 93
Crítica e reorientação - 139
Espaços urbanos e urbanização - 137
Uma oficina de novidades: a convocação de povoadores - 157
Da boa direção: a escolha do sítio - 167
A terra figurada: implantação e definição do traçado - 178
Imagens e representações urbanas - 208
Considerações Finais - 225
Caderno de imagens - 231
Referências bibliográficas - 245
Agradecimentos - 275