O oitocentos entre livros, livreiros, impressos, missivas e bibliotecas, de Tânia Bessone, Gladys Sabina Ribeiro e Monique de Siqueira Gonçalves (orgs.)
Livros, livreiros e impressos alcançaram grande relevância política e sociocultural no Brasil do século XIX, principalmente com o fim da censura e o estabelecimento dos editores na Corte imperial. Neste livro de três importantes historiadoras brasileiras vemos como se criou, na corte imperial, um ambiente onde a “opinião pública” passava a ocupar, progressivamente, a função de legitimadora de posições políticas, incentivando o contínuo surgimento de novos veículos de comunicação impressa no Império do Brasil.
Desta forma, no âmbito da pesquisa historiográfica, a verificação de um contexto histórico marcado pelo intenso fluxo de ideias, possibilitado, sobretudo, pela crescente circulação de livros, jornais, panfletos, estampas, almanaques, cartas, partituras de músicas, entre outros, tem motivado a realização de multifacetadas investigações históricas. Este livro toma como referência as pesquisas de Robert Darnton e Daniel Roche, onde a palavra impressa é vista como uma “força ativa na história” e não como um simples registro do que aconteceu.
Neste volume, foram reunidos textos dedicados a esses temas, bem como aqueles relacionados aos espaços de sociabilidade ao redor do livro, como bibliotecas e livrarias. Este livro oferece, portanto, um espaço de debate para o qual convergiram pesquisadores e estudantes que, motivados pelo estudo dos impressos, procuraram apresentar uma contribuição para a elaboração de uma nova interpretação do chamado longo século XIX brasileiro.
SUMÁRIO
Parte I – Livros, impressos, bibliotecas e ciência no Império do Brasil
Livros, leituras, impressos, bibliotecas e coleções na trajetória do naturalista e homem público José Bonifácio de Andrada e Silva (1780-1838), de Alex Gonçalves Varela, p. 9
Mapa e poder nas grandes exposições: preparo para Filadélfia, de Bruno Capilé e Moema de Rezende Vergara, p. 39
Livros, teses e periódicos médicos na construção do conhecimento médico sobre as doenças nervosas na Corte Imperial (1850-1880), de Monique de Siqueira Gonçalves, p. 59
PARTE 2 – Imprensa e poder no Império do Brasil
O Espelho Diamantino e os exemplos de virtude feminina no Rio de Janeiro do Primeiro Reinado (1827-1828), de Fernando Santos Berçot, p. 91
A Revista Popular (1859-1862) e a nacionalidade de seus colaboradores, de Ligia Cristina Machado, p. 119
A imprensa Matutina e o antilusitanismo em Goiás no início do período regencial, Martha Victor Vieira, p. 143
PARTE 3 – Livros, livrarias, missivas e poder no Império do Brasil
Os livros, a Livraria B.L Garnier e os modos de leitura de um político do Império, p. Beatriz Piva Momesso, p. 171
O que dizem as cartas? Café e negócios no Vale do Paraíba Oitocentista, de Raimundo Cesar Mattos, p. 199
Sobre fortunas e desventuras de um “mulato” entre os mundos das letras e da política do Império do Brasil: um pequeno mergulho na trajetória de Francisco Montezuma, de Sebastião de Castro Junior, p. 233
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