Através de pesquisa qualitativa baseada em entrevistas com ex-militantes de grupos feministas no exílio e em uma documentação sobre o período, as análises e descrições que compõem a obra nos levam a conhecer o contexto do feminismo francês, as questões da relação entre o feminismo e a esquerda brasileira, as conexões entre os processos do exterior do Brasil e, finalmente, a experiência de uma militância política construída em um país estrangeiro, durante o exílio.
A análise desta experiência mostra a práxis do feminismo em um contexto de democracia, o que permitiu uma efervescência de ideias radicais e transgressoras, ao mesmo tempo, discute a relação com o país de origem e a vivência da militância feminista como uma dimensão da resistência ao regime autoritário do país de origem.
Ao reconectar os laços e as causas que ligam aquelas mulheres que estavam fora com aquelas que permaneceram no país de origem, a autora nos leva à percepção desse movimento feminista, que já traz em si uma dimensão internacionalista no campo da esquerda, com o protagonismo centrado nas mulheres.