trabalho produzido por Amália dos Santos insere-se em uma vertente interpretativa, que problematizam a leitura de São Paulo como uma cidade pobre, a partir da análise de documentação inédita sobre as obras públicas realizadas na cidade no período de 1775 a 1809.
Revelar São Paulo em finais do século XVIII como uma cidade em obras, com espaços marcados por disputas e posições sociais, com imbricações específicas entre a coisa pública e os interesses particulares e com uma complexidade de regimes de trabalho e qualificações profissionais é parte substantiva deste livro.
O título já indica ao leitor os muitos sentidos de aproximação e compreensão da cidade propostos pela autora. Para além do núcleo urbano, as obras revelam uma cidade que extrapola seu território, inserindo-se em uma rede urbana.
Nos vários encontros de espaços e práticas sociais apresentados, construídos e analisados ao longo dos três capítulos, o leitor verá emergir uma cidade em tudo urbana e dinâmica, desafiadora e constituída por uma miríade de trabalhadores, a partir dos quais sua história pode e deve ser narrada.