DOIS PALHAÇOS E UMA ALCACHOFRA - Uma Leitura do romance A Ressurreição de Adam Stein, de Yoram Kaniuk

DOIS PALHAÇOS E UMA ALCACHOFRA - Uma Leitura do romance A Ressurreição de Adam Stein, de Yoram Kaniuk

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DOIS PALHAÇOS E UMA ALCACHOFRA
Uma Leitura do romance A Ressurreição de Adam Stein, de Yoram Kaniuk 
Moacir Amâncio
280 p., 2001, 14x21 cm
ISBN 85-86372-35-8

 

A questão de Shot, ou do Holocausto, como também é chamado o extermínio dos judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, impõe-se como fundamental em nossos dias. Ela está presente tanto na política como na filosofia, na história e nas artes, colocadas até mesmo como uma impossibilidade diante da Shoá. No entanto, apesar do reconhecimento de que a literatura e outras modalidades de expressão jamais poderiam dar conta do tema, este se transferiu das obras de testemunho para a poesia e para a fieção, como é o caso do romance "A Ressurreição de Adam Stein", do israelense Yoram Kaniuk, analisado por Moacir Amâncio neste livro.

 

Escrito nos anos 60, trata-se de uma fieção ousada e pioneira: o humor permeia muitas de suas páginas, por exemplo. O autor conta a história de um palhaço judeu-alemão que se livra da morte no campo de extermínio divertindo os outros prisioneiros e, ao mesmo tempo, sendo o ção do comandante Klein. Mais tarde, em Israel, ele enlouquece, tornar se cão novamente e é levado para um instituto de doentes mentais. Kaniuk justapõe o circo, o campo e o instituto para criar uma fábula fantástica, cômica e pungente sobre o poder, sobre o drama pessoal e coletivo em nossos tempos pós-Shoú, ou pós-modernos.

 

Mas, considerando que a Shoá continua presente, mesmo de modo às vezes imperceptivel, Moacir Amâncio foi buscar um exemplo disso na obra do arquiteto Frank O. Gehry, fazendo uma aproximação de literatura e arquitetura, esta considerada sobretudo como arte. O objetivo é mostrar como esses artistas podem fazer com que as pessoas percebam a problemática situação da humanidade diante da Shoa, que continua a afetar judeus e não-judeus ao mesmo tempo e de muitas e insuspeitadas maneiras.

 

O resultado é um livro surpreendente e matizado, no qual o autor utilizou também recursos do jornalismo, do ensaio e mesmo da poesia, num exercício de liberdade que torna a leitura de Dois palhaços e uma alcachofra tão estimulante como necessária.

 

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Sobre o autor: Moacir Amâncio, jornalista e poeta, foi repórter do jornal o Estado de S.Paulo em Israel, onde também estudou na Universidade Hebraica de Jerusalém. É autor dos seguintes livros, entre outros: Do Objeto Útil, Figuras na Sala, O Olho do Canário, Colores Siguientes e Contar a Romã (todos de poemas). Dois Palhaços e uma Alcachofra é sua tese de doutoramento em Letras pela Universidade de São Paulo.

 

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SUMÁRIO: 

 

INTRODUÇÃO - 9


1: ASPECTOS DA DISSOLUÇÃO - 15
2: A LOUCURA COMO TÉCNICA - 33
3: O CIRCO DO SINAI - 53
4: REX IMPERA - 77
5: UM ASSASSINATO SUICIDA - 111
6: A SINFONIA DOS NÚMEROS - 137
7: O INTOCÁVEL - 163
8: PARLAPATICES - 179
9: SEM SAÍDA - 189
10: НАМАКОМ - 201
CONCLUSÃO INCONCLUSIVA - 231


ANEXO 1: O ETERNO VIAJANTE - 235
ANEXO 2: UM ESCRITOR E SEU PAÍS - 249
ANEXO 3: UMA ALTAMIRA VOLÁTIL - 257
ANEXO 4: ILUSTRAÇÕES - 269

 

BIBLIOGRAFIA - 273

 

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