OUTROS PERFIS DE GILBERTO FREYRE

OUTROS PERFIS DE GILBERTO FREYRE

Referência: 978-85-86372-9


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Outros perfis de Gilberto Freyre: voltas duras/dóceis ao cotidiano dos brasileiros

Por Ana Luiza Andrade

Gilberto Freyre tornou-se um dos grandes intérpretes do Brasil com Casa-grande & senzala e seus prolongamentos, um pouco menos conhecidos, mas não tão menos importantes, Sobrados e mucambos e Ordem e progresso.

Seus outros trabalhos, ainda que repitam em alguma medida métodos adotados e temas centrais da famosa trilogia, no entanto, não devem ficar à sombra da grande empreitada. Em livros como Açúcar, Um engenheiro francês no Brasil, Modos de homem & modas de mulher e Ingleses no Brasil, entre tanta obra dispersa na forma de ensaios para revistas acadêmicas e para jornais, nem sempre recolhidos na forma de livro, Freyre aprofunda seu prolífico (mas também polêmico) olhar sobre o país e sobre o brasileiro.

É justamente dessas obras, que nascem do projeto de Freyre de estudar o surgimento e a decadência da sociedade patriarcal ou que, por outra via, ajudam a consolidá-lo, que Ana Luiza Andrade parte para realizar este livro, Outros perfis de Gilberto Freyre.

Ana Luiza faz um feliz contraponto entre Freyre e Fernando Ortiz, o cubano que estudou o conflito entre as culturas do açúcar e do tabaco na ilha do Caribe, para mergulhar, em seguida, nas “engenharias” freyrianas: a física, a social e a humana. E, deste mergulho, emergem ensaios próprios que, assim como a obra que o inspirou, não respeitam os limites “científicos” que separam a história da literatura e da sociologia, a antropologia da filosofia e a poesia da, veja só, ecologia.

A cultura da cana-de-açúcar não é apenas a de Freyre e a de Ortiz, mas também a de Frei Antonio do Rosário, João Cabral de Melo Neto e Alejo Carpentier. Da mesma forma, nos deparamos com cruzamentos que nos levam a Jacques Derrida, Gilles Deleuze, Alfredo Bosi.

Com o ferro, o contraponto brasileiro à cana-de-acúcar, Ana Luiza seguirá caminho semelhante, fazendo competente e instigante leitura do que a autora chama de “formação inacabada de subjetividades brasileiras” — bem ao espírito de Gilberto Freyre, cujas obras, menores ou maiores, pouco importa, sempre se permitiram germinar na forma de novos ensaios e novas pesquisas, em busca de novos conhecimentos.

Haroldo Ceravolo Sereza

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Sobre a autora: Possui doutorado em Literatura Luso Brasileira e Hispano Americana - University Of Texas At Austin (1982) dois pós-doutorados UFSC/USP na atualização da pesquisa sobre Osman Lins. Foi professora visitante em Harvard, University of California (Los Angeles), Universidad de Buenos Aires. Atualmente é aposentada (2020) Professora Titular em Literatura Brasileira na graduação e na pós-gradução da Universidade Federal de Santa Catarina. 

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SUMÁRIO:

Introdução, 13
Gilberto Freyre descentralizador: constelações - 20
Contraponto Freyre/Ortiz - 33
Entrelugar na dobra duro/doce: da economia à ecosofia - 52

Engenharia física l, 59
Perfil do homem-paisagem na economia do discurso:
o modernismo e a modernidade - 59
Mal-estar da açucarocracia - 76

Engenharia social I, 85
Da cana, matéria-prima, ao açúcar, mercadoria - 85
Do engenho à usina - 90
Fogo no canavial - 95
Subproduções do açúcar - 103
Citações de Gilberto Freyre: cenas de assombramentos do açúcar - 107
Casa grande & senzala - 107
Cena de assombramento em Cícero Dia - 107
Cena de assombramento em Nordeste - 109
Objeto posto em leilão (móveis Béranger) - 109
Estilo pé-de-cachimbo - 111
Receita de doce da casa-grande (Açúcar) - 112
Goiabada - 112
Objetos caídos em desuso e palavras repatriadas - 114
Dente de ouro (passagem do considerado refinado para o cafajeste) - 116
Palavras repatriadas - 116

Engenharia social II, 119
A ferro e a fogo: transformações da matéria - 124
Ponte utópica entre matérias - 132
As folhas soltas do jornal: a imprensa -142
resíduo: ferro de passar (transcrição de uma nota de O ferro de passar passado a limpo) - 145

Engenharia física II, 149
Um olhar nômade nas entredobras barrocas modernas - 149
Mulher objeto - 177
Urbanização - 178
Recife moura/rio cenográfico - 183
Cidades gordas, magras, femininas - 192

Engenharia humana, 205
Migração insólita: da casa antiga para as páginas de jornal - 205
Vícios: tabaco, cachaça - 217
Cachimbo: o dom e a troca - 218                                                                                                                                                                                                                                            Cachimbo: labor escravo - 226
Fogo de palha: os sentidos incendiários resíduo: bagana de Mauro Mota -237
Instrumentos de revolta/adoçamento: a cachaça, a batida - 243
Cachaça incendiária: subversão do doce - 250
Batida: mistura de raças - 250
Referências e bibliografia, 259

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