A formação do mercado de trabalho no Brasil, de Alexandre de Freitas Barbosa
Este livro acompanha o longo e difícil processo de formação do mercado de trabalho no Brasil. Se a narrativa é histórica, as categorias econômicas e sociológicas fornecem os contornos temporais e espaciais de cada período.
De maneira sintética, quatro balizas delimitam o processo: 1. a colônia e o não-mercado de trabalho (até 1850); 2. a construção do mercado de trabalho (1850-1888); 3. a localização regional e fragmentada de “mercados de trabalho” permeados de relações não capitalistas (1888-1930); 4. a nacionalização e consolidação do mercado de trabalho (1930 a 1980).
Em vez de lançar uma “teoria” do mercado de trabalho, o autor analisa as condições históricas que possibilitaram a sua emergência no cenário brasileiro. Não por geração espontânea, mas conforme os anseios das elites, as exigências do sistema mundial e a dinâmica
dos conflitos sociais, sempre com marcantes diferenças regionais.
A partir de 1930, a história interna do capitalismo avança no país, com a expansão de relações de trabalho marcadas pelo assalariamento e a reciclagem de elementos da formação social anterior, reposicionados e cumprindo um novo papel.
Alexandre de Freitas Barbosa confere nesta obra sentido ao movimento de transformação de uma sociedade escravista em sociedade
capitalista, ambas muito peculiares e alicerçadas na desigualdade, cada uma à sua maneira.
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Sobre o autor: Alexandre de Freitas Barbosa é Professor Livre-Docente de História Econômica e Economia Brasileira do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP). Economista e historiador, é coordenador do núcleo temático “Repensando o Desenvolvimento” no LABIEB (Laboratório Interdisciplinar do IEB). Publicou pela Alameda Editorial o livro O Brasil desenvolvimentista e a trajetória de Rômulo Almeida.
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Sumário:
Prefácio à Segunda Edição I
Introdução 13
I.A economia colonial e o não-mercado de trabalho 25
Sistema colonial e trabalho escravo 28
Comércio de escravos x mercado de trabalho 43
As formações sociais escravista e capitalista 54
Estratégias econômicas e relações sociais na formação escravista 65
Trabalho e sociedade no Brasil colonial 76
II.A construção do mercado de trabalho no Brasil (1850-1888) 91
O fim do tráfico de escravos e a transição para o trabalho livre 94
Leis de Terras, desescravização, locação de serviços e de subvenção aos imigrantes 117
As especificidades regionais durante a transição 141
A superação do não-mercado de trabalho 152
III. Da fragmentação regional à nacionalização do mercado de trabalho (1889-1930) 161
A expansão cafeeira, os imigrantes e o regime de colonato 164
A expansão industrial e o mercado de trabalho urbano: o caso de São Paulo 188
Legislação social e regulação do trabalho: do liberalismo autoritário à regulação estatal 239
O “complexo nordestino” e as migrações internas 261
Depois do fim, o começo 280
Considerações finais 283
Anexo estatístico 291
Bibliografia 331
Agradecimentos 347
Índice temático 351
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ISBN da primeira edição: 978-85-98325-70-5
- Páginas: 358 páginas
- Peso: 540g