
Machado de Assis e as primeiras incertezas, de Wilton José Marques
A formação literária, o poema inédito e o malogro do primeiro livro
A ideia deste livro nasceu da (re) descoberta de um inédito de Machado de Assis, o poema “O grito do Ipiranga” (1856). Tal fato trouxe consigo várias perguntas. E quase todas levavam ao mesmo lugar histórico da juventude literária do autor, ao tempo das primeiras incertezas, isto é, entre os anos de 1854 e 1860, delimitados entre a publicação do primeiro poema no Periódico dos Pobres e a sua entrada para a redação do Diário do Rio de Janeiro, o que, inclusive, permitiu uma visada mais aprofundada sobre o período.
Esse momento da vida literária de Machado de Assis, além de pouco estudado, é carente de maiores informações. Nesse sentido, o livro apresenta várias novidades, algumas inéditas. Dentre elas, a história do primeiro mestre do jovem Machado, o poeta português Francisco Gonçalves Braga; o fim do mistério biográfico de sua passagem como revisor pelo Correio Mercantil; a história da primeira “tradução” poética; a leitura do poema inédito; a precoce consciência literária nos primeiros poemas e textos críticos; os diálogos literários com Álvares de Azevedo e a história do malogrado primeiro livro de poemas, O livro dos vinte anos.
O presente livro, assim, contribui decisivamente para um entendimento mais orgânico da obra literária de Machado de Assis.
Sobre o autor Wilton José Marques é professor titular de literatura brasileira da Universidade Federal de São Carlos. Em 2011, recebeu o prêmio Jabuti pelo livro Gonçalves Dias: o poeta na contramão (EDUFSCar, 2010). Publicou também nove verbetes no Le dictionnaire universel des créatrices (Éditions Des Femmes, 2013), O poeta do lá (EDUFSCar, 2014), O poeta sem livro e a pietà indígena (Editora da UNICAMP, 2015) e, mais recentemente, Ao correr da pena (folhetins inéditos) de José de Alencar (EDUFSCar, 2017) e Leituras oitocentistas (EDUFSCAR, 2019), coletânea organizada com Franco Baptista Sandanello em comemoração aos quinze anos do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos Oitocentistas (NEO/UFSCar). É pesquisador do CNPq.
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Sumário
Coisas que se dizem antes - 11
I. A formação literária, o mestre português e o voo solo - 19
1.
O lugar e o caminho (in)verso - 21
Do poeta maduro às primeiras incertezas - 26
Alguns influxos românticos... - 33
2.
... e a história do primeiro mestre - 37
O Rio de Janeiro e a possível proteção de João Caetano - 38
As Tentativas Poéticas - 52
O Grêmio Literário Português - 57
Sociedade Propagadora das Belas-Artes - 66
A Álbum do Grêmio Literário Português - 69
Algumas traduções e a morte - 82
3.
Caminhos cruzados: Braga e Machado - 93
O 'Periódico dos Pobres' (1850-1856) - 95
As 'Marmotas' de Paula Brito (1849-1864) - 98
O 'Correio Mercantil' (1848-1868) - 116
4.
Caminhos descruzados: 'O Parahyba' (1857-1859) - 125
Parêntesis Necessário: Charles Ribeyrolles - 136
1859: O outro Machado - 148
Ressonâncias em 'O Parahyba'... - 149
... e no 'Correio Mercantil' - 162
Breve balanço e o fim de um mistério biográfico - 173
5.
O voo solo em 'O Espelho' (1859- 1860) - 179
Entreato operístico: 'Pipelet' - 194
De volta a 'O Espelho' - 205
II. A primeira 'tradução' e o poema inédito - 227
6.
A primeira 'tradução' - 229
O jornal e o fio da meada - 234
A fonte das 'traduções' - 238
Braga & Machado: a ordenação dos fios - 246
Ainda Charton - 253
A primeira 'tradução' de Machado de Assis - 258
7.
O poema inédito... - 269
... e a história dos amigos - 271
A 'Independência do Brasil', de Teixeira de Souza... - 278
... e 'O Grito do Ipirianga', de Machado de Assis - 296
A persistência do topos histórico: dois exemplos - 307
III. O poema-crítico, o fantasma de Álvares de Azevedo e o malogro do primeiro livro - 321
8.
O poeta-crítico - 323
A 'Revista Bibliográfica' e os possíveis diálogos - 325
Reflexões iniciais em duas 'artes poéticas' - 332
Algumas 'Ideias Vagas' - 343
Parêntesis rápido: a guerra e o crítico - 353
De volta às 'Ideias Vagas' - 357
Ainda 'Ideias Vagas' - 364
O salto crítico - 377
A persistência (ainda) romântica - 391
9.
O fantasma de Álvares de Azevedo - 401
(Algumas) ressonâncias na poesia machadiana... - 411
... e na incompleta 'fantasia d'um ato' - 423
Olhares sobre o poeta paulista - 431
O malogro do primeiro livro - 443
IV. E bem, e o[s] resto[s]? - 459
10.
E bem, ... (o último balanço) - 461
... e os restos (ou a 'não derradeira negativa') - 466
V. Referências bibliográficas - 469
Fontes primárias: jornais e revistas - 469
Bibliografia de Machado de Assis - 472
Bibliografia geral - 474
- Medida: Altura: 01cm, Largura: 16cm, Comprimento: 23cm
- Páginas: 486
- Peso: 500g