MEMÓRIAS DO CINECLUBISMO
Referência: 9788577510924
Este livro tem como objetivo investigar a trajetória do grupo de cineclubismo CEC – Centro de Estudos Cinematográficos de Juiz de Fora – formado por jovens estudantes que atuou durante vinte anos (1957-1977) com iniciativas de caráter cultural, promovendo sessões de cinema, festivais e cursos na cidade. Como o CEC teve seu funcionamento marcado por três fases distintas, abordaremos cada fase em um capítulo de forma a facilitar a compreensão do leitor.
Ao percorrer a história desse grupo cineclubista, o leitor irá mergulhar na ambiência característica dos anos 50, 60 e 70 em Juiz de Fora. Nessa época, o cinema atraía multidões fascinadas pela possibilidade de se reproduzir à imagem em movimento. Para a geração de jovens, o cinema era um meio de diversão e também de aprendizado. Foi o interesse e a paixão pela cinematografia que levou ao "boom" de grupos cineclubistas em todo o mundo.
Primeiramente antes de nos voltarmos para a história do CEC, retomaremos a tradição cinematográfica presente em Juiz de Fora, que precocemente já nos anos 20 exibia suas primeiras sessões de cinema através do Cine Theatro Popular, criado por João Gonçalves Carriço. Nesse momento, resgatamos o significado social da experiência de "ir ao cinema", que era cultivada pelas pessoas daquela época quando o cinema representava mais do que uma forma de entretenimento, mas se configurava como uma janela para o mundo, influenciando na formação dos cidadãos.
O segundo capítulo tem como tema a primeira fase da experiência cineclubista do CEC, quando suas reuniões eram ainda esporádicas e o grupo ainda não tinha uma sede fixa. Nosso objetivo é observar como se desenvolveu a atividade cineclubista no grupo e o que motivou o seu crescimento.
O terceiro capítulo corresponde à segunda fase do cineclube, caracterizada pela integração do CEC com a Galeria de Arte Celina, ou seja, momento em que passa a funcionar na sede da Galeria. Esse período é marcado por repressões e censuras, pois o país sofria com a ditadura militar. Neste capítulo apresentamos as dificuldades e limitações enfrentadas pelo grupo e principalmente as estratégias utilizadas pelo cineclube para a manutenção do seu funcionamento.
No quarto capítulo, descrevemos a última fase do cineclube caracterizada por um processo de reabertura com o surgimento de uma nova geração que começa a despontar na década de 70, conhecida como Exército de Brancaleone.
É interessante observar que mesmo após o término do grupo, a história do CEC continuou repercutindo, através dos seus membros que estiveram envolvidos em movimentos e ações em prol da cultura. Apresentamos assim, um levantamento de alguns movimentos, manifestações e grupos dos quais participaram os integrantes do CEC, que comprovam o impacto social do cineclube na cidade.