Comer o pão, viver a cidade, de Ana Lucia Duarte Lanna

Comer o pão, viver a cidade, de Ana Lucia Duarte Lanna

Marca: Alameda Referência: 978-65-5966-114-5

  • Páginas: 206 páginas
  • Peso: 250 gramas

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Comer o pão, viver a cidade, da Ana Lucia Duarte Lanna

Através do pão, sua produção e consumo, o leitor é convidado a percorrer a cidade de São Paulo entre finais do século XIX e meados do século XX. Passeio que revela as múltiplas e inescapáveis dimensões das presenças estrangeiras e que ilumina aproximações e distanciamentos entre os milhares de habitantes que configuram a cidade.

O pão é alimento universal. Seus diversos modos de fazer e consumir mostram trocas, invenções e tensões que marcam as histórias da cidade. Analisar São Paulo através do pão e seus lugares de produção e consumo permite reconhecer diferenças e especificidades de múltiplos grupos sociais, étnicos e de gênero a partir de suas interfaces em torno de item alimentar, essencial para todos.

A centralidade da imigração italiana conduz as análises sobre as relações entre pão, padarias e etnicidade. O pão como artefato comum a todos e sua transformação em pão de trigo é essencial para entender a inserção do Brasil nos mercados globais (mão de obra e importação de trigo).

Mas esta universalidade vem acompanhada por profundas diferenças e desigualdades expressas no seu consumo e produção: os estabelecimentos comerciais, as práticas de sociabilidade e lugares da cidade, os trabalhadores e as condições de vida e consumo. Entender os mundos do trabalho relacionados às padarias e as práticas políticas de padeiros e panificadores são portas de análise para desvendar as conexões entre alimentação e vida urbana.

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O pão de cada dia

Até o final do século XIX o pão não fazia exatamente parte do cotidiano da cidade de São Paulo. A farinha de trigo era escassa e rara e a primeira refeição do dia da maioria da população não incluía pão feito com trigo e sim bolos, farinhas e biscoitos de outras farinhas e massas.

O aumento da produção de trigo no norte dos Estados Unidos e na Rússia em meados do século XIX, com novas técnicas de plantio e de colheita, possibilitou um significativo aumento da produção e da exportação mundial. Aliado a isso, o número de imigrantes europeus, em especial os italianos, também aumentou significativamente no Estado de São Paulo, o que causa um significativo aumento da demanda e no consumo de pão na cidade.

Os costumes, em especial na cidade de São Paulo, se europeizavam tanto na prática quanto no cotidiano dos imigrantes que demandavam os produtos que estavam acostumados nos países de origem. Para a elite paulistana o trigo também significava o pertencimento à civilização europeia.

Na virada para o século XX, a cidade já comportava um número significativo de padarias e quitandeiras, as vendedoras de pães e bolos feitos com farinha de trigo pelas ruas.

Em Comer o pão, viver a cidade: classe, etnicidade e sociabilidades em São Paulo no começo do século XX, Ana Lúcia Duarte Lanna vai, com sensibilidade e apuro de uma pesquisadora rigorosa, recuperar a importância do pão no dia a dia da cidade que se transformava rapidamente.

O pão e a cidade acabam por se entrelaçar na história urbana de São Paulo – tornam-se indissociáveis e passam a fazer parte da paisagem da cidade. Até hoje, as padarias paulistanas são uma marca da cidade e produzir um bom pão é praticamente garantia de fregueses fiéis. São pontos de encontro e de sociabilidade, além de lugares de alimentação e minimercados.

Neste livro, essa história se desvenda em múltiplas leituras e possibilidades e convida o leitor para um passeio pela tão interessante história do pão na cidade.


Joana Monteleone


Ana Lucia Duarte Lanna é historiadora, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Autora e organizadora de diversos livros dentre elas Ruas Paulistanas e São Paulo, os estrangeiros e a construção das cidades, publicados pela Alameda. Atualmente é Pró Reitora de Inclusão e Pertencimento da USP.

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