
Liberdade, cidadania e ethos democrático, de Yara Frateschi
Estudos anti-hobbesianos
Thomas Hobbes é o primeiro grande filósofo político moderno, autor do clássico Leviatã, publicado na Inglaterra em 1651. Para não deixar dúvidas a respeito do modelo de Estado que defendia, Hobbes emprestou do Livro de Jó o nome do mais poderoso de todos os monstros bíblicos, com o qual batizou a sua própria obra. Desde então, a imagem da capa da primeira edição permanece gravada no imaginário ocidental: um homem gigantesco, cujo corpo é composto de milhares de homenzinhos, a pairar sobre a Terra e sob o céu, com a espada numa mão e o cetro na outra.
Pessimista a respeito da natureza humana, Hobbes pensava que a vida em sociedade, conforme regras de justiça e padrões morais, requeria que o poder político fosse absoluto e indivisível justamente para ser capaz de controlar indivíduos naturalmente auto interessados, fortemente instáveis e desejosos de bens imediatos. Deixou-nos, portanto, com duas e apenas duas possibilidades: a obediência irrestrita ao governante ou a guerra de todos contra todos.
Os ensaios que compõem este livro se baseiam em filosofias modernas e contemporâneas que nutrem expectativas mais elevadas a respeito das potencialidades humanas, tanto individuais quanto coletivas. O fio condutor a nos guiar nessas páginas é o anti-hobbesianismo que teima em reaparecer ao longo da história da filosofia, até os tempos atuais, indicando que o Leviatã continua a assombrar quem almeja mais liberdade, cidadania e democracia.
Sobre a autora: Yara Frateschi é professora de Filosofia na Universidade Estadual de Campinas. É editora do blog Mulheres na Filosofia.
Sumário:
Prefácio: A experiência da política, por Luiz Repa - 9
Apresentação - 13
Virtude e Felicidade em Aristóteles de Hobbes - 61
Liberdade e Livre-Arbítrio em Hobbes - 87
Cidadania e Liberdade: Rousseau contra Hobbes - 105
Rawls e Agamben contra Hobbes - 133
Hannah Arendt: sobre Hobbes, o imperialismo e o totalitarismo - 155
Juízo e Opinião em Hannah Arendt - 227
Liberdade política e cultura democrática em Hannah Arendt - 285
Universalismo interativo e mentalidade alargada em Seyla Benhabib: Apropriação e crítica de Hannah Arendt - 325
Giorgio Agamben: A democracia contemporânea e a questão de gênero - 361
Bibliografia - 385
Agradecimentos - 395
- Medida: Altura: 01cm, Largura: 14cm, Comprimento: 21cm
- Páginas: 396 páginas
- Peso: 400 gramas