
Leia nas férias!
TRÊS LIVROS PARA AS FÉRIAS
ZOOGRAFIA : ZOOALGIA
Pedro de Souza
128 páginas - ISBN 978-85-7751-120-4
Terra Prometida, de Américo Antunes
O jornalista Américo Antunes, romancista puro e sem a jaça da objetividade incabível em histórias maravilhosas, amplia nosso olhar sobre a idade de ouro do Brasil, muito além apenas do metal preto de Vila Rica e das pedras que brilham do Tijuco. Mas também nos compromete com os outros eldorados que vimos se alevantar e morrer no ocaso da injustiça, a exploração sem medida e da falta de zelo com a terra e suas gentes. Esgotados os minerais, ficou o cascalho e nenhum benefício. Não parece uma história superada, e sim um desafio redivivo a cada geração, em busca de novas e necessárias heresias.
João Paulo Cunha
Jornalista
Sobre o autor: Américo Antunes é jornalista formado pela PUC-MG, foi repórter dos jornais Diário do Comércio, Diário de Minas e O Globo e presidiu o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e a Federação Nacional dos Jornalistas. Foi diretor das agências Asa Comunicação e Rede Marketing e desde 2011 ele organiza em Diamantina (MG) o fHist Festival de História. Américo coordenou a edição dos livros Jequitinhonha, a riqueza de um vale e Os Governadores História de Minas Gerais. Lançou pela Alameda Editorial o romance histórico Nós, que amamos a revolução e Do Diamante ao Aço o ilustrado Intendente Câmara e a verdadeira história da primeira fábrica de ferro do Brasil.
A expulsão dos doidos, de Bernardino Furtado
E outras micromemórias
"A expulsão dos doidos" é um texto palimpséstico. São cartas, bilhetes retirados do tempo de infância, com suas nódoas, letras apagadas, buracos de traças, amarelecimentos pelo tempo, fragmentos decifrados. Um baú aberto, não de ossos, mas de coágulos do tempo.
Assim sendo, cada fragmento traz um fio e, no fim, temos uma obra grandiosa, que nos revela um escritor com pleno domínio da palavra escrita, despojado de seus excessos, reduzido ao essencial, à frugalidade. É um livro que força o leitor a pausas, divagações, devaneios, livres associações. Característica estilística que abre portas para diferentes nuances interpretativas desta obra que considero, desde já, extraordinária.
A expulsão dos doidos não é um romance, é um texto urgente que nos ajuda a pensar não somente nas histórias narradas pelo autor, mas nas nossas próprias histórias, criando uma imorredoura circularidade. E, seja qual for a noção que tenhamos da verdade de uma narrativa, já agora sabemos que ela é construída. O livro faz o leitor se redescobrir em um caleidoscópio de lembranças. Toda grande literatura tem essa capacidade. Bernardino Furtado, com este livro, conseguiu essa irrefutável proeza. É um livro que veio para ficar. O que já é um grande começo.
Reginaldo Luiz Cardoso
Sobre o autor: Bernardino Furtado é jornalista e escritor. Recebeu o Prêmio Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em 1996 e 2005, o Prêmio Esso, em 2005, na categoria Informação Econômica, e o Prêmio de Direitos Humanos da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, em 2007.