Relações e Condições de Trabalho dos Profissionais da Educação na Rede Estadual Paulista - 1995-2018, de Andreza Barbosa, Selma Venco e Márcia Aparecida Jacomini (Orgs.)

Este livro é resultado da pesquisa Política educacional na rede estadual paulista (1995 a 2018), financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Organizada inicialmente por pesquisadoras/es da REPU (www.repu.org.br), a investigação contou com a participação de professoras/es da educação básica e superior, de diretora/es e supervisora/es escolares, de estudantes de graduação e pós-graduação vinculados às instituições de ensino superior públicas do estado de São Paulo e de instituições privadas e de redes de ensino da educação básica.

A pesquisa empreendida e apresentada nos capítulos desse livro buscou aferir a adesão dos governos paulistas à Nova Gestão Pública, particularmente concernente à flexibilização das relações de trabalho no setor público e demonstrar o respeito ou desrespeito à legislação nacional acerca da valorização dos profissionais da educação e o conjunto de aspectos vinculados à formalização contratual entre Estado e servidores públicos.

Os resultados dessa ampla investigação são apresentados em seis capítulos retratando as particularidades que envolvem os segmentos profissionais e a formação de professores.

O livro é um convite à reflexão sobre os caminhos da educação paulista entre 1995 e 2018 que, sustentada pelo discurso da qualidade, de fato desvaloriza seus profissionais e precariza as relações de trabalho no setor público.

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As pesquisas indicam que a flexibilização e a precarização do trabalho no campo da educação estão inseridas em um projeto político de mudanças na concepção, na composição e na direção do Estado, construído na década de 1990 e que se mantém. As pesquisas nos permitem relativizar a hipótese de desengajamento do Estado, fortalece a concepção de que há um redirecionamento e recomposição na articulação das esferas do mercado e estatal. As formas assumidas pelas políticas educacionais e de emprego o setor público reiteram essa hipótese. As pesquisadoras e os pesquisadores mobilizados no livro nos provocam: quais são as consequências das estratégias estatais de flexibilização e precarização do trabalho educacional no setor público? (Aparecida Neri de Souza)