O Aborto, de Figueiredo Pimentel

O Aborto, de Figueiredo Pimentel

Marca: Alameda Referência: 978-65-5966-111-4

  • Medida: Altura Selecionar Altura: 02cm, Largura: 14cm, Comprimento: 21cm
  • Páginas: 254 páginas
  • Peso: 250 gramas

Por:
R$ 84,00

R$ 79,80 à vista com desconto Pix - Vindi
ou 3x de R$ 29,12 com juros Cartão Visa - Vindi
Simulador de Frete
- Calcular frete

O Aborto, de Figueiredo Pimentel

“Agora que está feito o principal, é que deve ser completo o prazer. Ignoro ainda muita coisa, mas hei de aprender tudo” – eis um dos pensamentos singulares de Maricota, a respeito de sua iniciação sexual.

A jovem apresentada de forma incomum pelo escritor fluminense Figueiredo Pimentel (1869-1914), nas páginas do romance O Aborto, deveria destacar-se na extensa galeria de personagens femininas oitocentistas brasileiras. Entretanto, quão desconhecida ainda é Maricota!

Cônscia das suas vontades e dos seus desejos, ela está disposta a viver de forma livre, contundente, desafiando os padrões morais de uma sociedade cuja hipocrisia não a representava e não lhe servia. Foi a indignação dos leitores e dos assinantes do jornal Província do Rio, pouco afeitos ao uso de linguagem tão franca e de exposição narrativa tão explícita em certas passagens, que interrompeu a publicação do romance no formato de folhetim, em 1889.

No “Prefácio indispensável”, Pimentel afirma, com um tom incutido de certa dose de ironia, que “O Aborto não é uma fantasia: é a narração de um fato passado em Niterói, que várias pessoas conhecem”. O processo de criação literária do escritor se constitui, assim, não da transposição verídica da realidade (argumento muitas vezes utilizado pela crítica coeva aos autores e às obras naturalistas), mas da interpretação do que lhe era dado observar e, sobretudo, de como lhe convinha contar.

Trata-se de conceber uma arte que pressupõe a inscrição de quem a pratica (o artista como intérprete) e considerar uma ontologia humana que pressupõe um recorte não aplanado das irregularidades e das idiossincrasias. Nesse sentido, O Aborto é uma criação que se distingue pela força de suas cenas, pela constituição crua de seus caracteres.

Infelizmente, a crítica literária posterior vaticinou o romance ao esquecimento, fato que esta segunda reedição, que ora se apresenta, procura corrigir. Com estabelecimento de texto e organização dos professores Leonardo Mendes (UERJ) e Pedro Paulo Garcia Ferreira Catharina (UFRJ), pesquisadores profícuos com múltiplos estudos e olhares para o naturalismo, a edição do romance conta ainda com outros textos fundamentais como: a apresentação, o posfácio e uma seção de documentos que recupera a história da publicação como folhetim, em 1889, e em volume, em 1893.

Antes de mais, os organizadores revisitam a noção de naturalismo, no seu sentido oitocentista, revisão que talvez se imponha mais ainda para dissipar ou desfazer os mal-entendidos perpetuados pela recepção crítica de obras e de autores. A nova edição de O Aborto surge ao público após o lançamento, em 2019, do livro Figueiredo Pimentel: um polígrafo na Belle Époque, organizado pelos mesmos pesquisadores, constituindo um estudo detido que (re)introduz o escritor na história da literatura brasileira.

O autor: Figueiredo Pimentel foi autor de livros, alguns best sellers em sua época, em variadas frente. De livros "proibidos", como O aborto Suicida!, muitas vezes vendidos como livros para adultos, e de obras para o público infanto-juvenil. Também teve, por sua atuação como jornalista, seu nome associado ao Carnaval carioca.

Os organizadores: Leonardo  Mendes é Doutor em Teoria Literária pela Universidade do Texas (EUA) e Professor da UERJ. É autor de O retrato do imperador: negociação, sexualidade e romance naturalista no Brasil (2000) e inúmeros artigos em periódicos indexados da área, tais como Álbum de Caliban: Coelho Neto e a literatura pornográfica na Primeira República (2017) e Zola as pornographic point of reference in late nineteenth-century Brazil (2018).

Pedro  Paulo Garcia  Ferreira Catharina é Doutor em Letras Neolatinas e Professor da UFRJ. Correspondente Estrangeiro da Société Huysmans (Paris), publicou Quadros literários fin-de-siècle; um estudo de Às avessas, de J.-K. Huysmans (2005). Com Celina Moreira de Mello organizou Crítica e movimentos estéticos: configurações discursivas do campo literário (2006) e Cenas da literatura moderna (2010).

Deixe seu comentário e sua avaliação







- Máximo de 512 caracteres.

Clique para Avaliar


  • Avaliação:
Enviar
Faça seu login e comente.
  • Medida: Altura Selecionar Altura: 02cm, Largura: 14cm, Comprimento: 21cm
  • Páginas: 254 páginas
  • Peso: 250 gramas

Aproveite também e

Compre Junto

Confira os produtos