Somos todos autores
Um projeto teatral em co-autoria com o espectador
O teatro tem a peculiaridade de existir de fato apenas em tempo real e na presença de pessoas, estejam elas representando ou assistindo. E é onde o espectador tem o canal mais puro e direto de interação com uma história e suas personagens.
Resultado de experiências realizadas pelos atores nas ruas da cidade, que deram vida a personagens do cronista Voltaire de Souza (pseudônimo do colunista Marcelo Coelho, da Folha de S. Paulo), Aqui ninguém é inocente descreve um processo de criação coletiva de texto teatral, realizado pelas companhias Atelier de Manufactura Suspeita e Linhas Aéreas. O espetáculo, homônimo ao livro, fará sua estréia nos palcos em 2 de junho, às 21h no Espaço dos Satyros 1, localizado na Praça Roosevelt, 214, centro de São Paulo.
O livro, também, é uma obra coletiva. Reúne alguns dos textos de Voltaire, pressupostos teóricos que nortearam a experimentação, o registro da interação com os paulistanos “da vida real” e as confissões (textos “quase-finais”, porque sujeitos a novas intervenções), além de fotos, desenhos e comentários. Documenta, assim, idéias e histórias que costumam ficar registradas apenas na memória de atores e diretores, uma espécie de making of que dá conta de uma visão mais profunda da criação para o teatro.
Apesar de todos os textos publicados levarem assinatura, a interação que seus autores promoveram durante a criação permite que cada espectador sinta-se, mesmo que de forma inconsciente, co-autor dos textos e da obra como um todo. Interação contagiosa o suficiente para que o leitor, ao tomar conhecimento das situações descritas no livro, integre-se ao processo de criação, tornando-se mais um co-autor desta obra.
Sobre os organizadores: Maurício Paroni de Castro, dramaturgo, e Ziza Brisola, atriz e produtora, são, respectivamente, diretores das companhias teatrais Atelier de Manufactura Suspeita e Linhas Aéreas..
ISBN: 978-85-98325-46-0