
Zola e as percepções do tempo, de Rilton Ferreira Borges
Zola e as percepções do tempo: Naturalismo e História em Germinal, de Rilton Ferreira Borges, é resultado de sua pesquisa de mestrado, trata da temporalidade na obra Germinal de Émile Zola, um trabalho de teoria da história utilizando a literatura, numa leitura pouco comum na academia brasileira.
As ideias aqui apresentadas são originais e a temática praticamente inédita no Brasil. Os estudos sobre temporalidade praticamente inexistem no Brasil, embora a temporalidade seja a base conceitual de todo trabalho historiográfico, e nesta obra o autor busca preencher esta lacuna.
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Ao escolher o Germinal de Zola para suas investigações, o autor deste livro colocou à sua disposição um riquíssimo material de análise histórica, seja para ajudar a entender vários aspectos da sociedade francesa da segunda metade do século XIX, em geral, seja para conhecer melhor as concepções e sensibilidades em relação ao tempo que ela praticava, em particular.
Mas, ao fazê-lo, também assumiu riscos consideráveis, ao tratar de autor e obra clássicos, sobre os quais muito já se escreveu e discutiu. Rilton Borges dá conta desse desafio de forma exemplar, com cuidados teóricos e metodológicos bastante consistentes.
O resultado é que o autor conseguiu lograr com sua pesquisa uma dupla originalidade: na abordagem que deu àquela obra, por um lado, e aos estudos históricos sobre o tempo, por outro.
Dito de outra forma, ficará ao leior a sensação de tempo bem aproveitado, o que não é pouco em nossa época de nova aceleração dramática da vida e da história.
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Sobre o autor: Rilton Ferreira Borges graduou-se em história na PUC-SP (2009), fez mestrado em história na UNIFESP (2014) e atualmente é doutorando em História Social pela PUC-SP. Também leciona história na rede municipal de ensino de São Paulo, onde é concursado desde 2010.
Sumário
9 - Prefácio - Luis Ferla
13 - Introdução
39 - O problema historiográfico da literatura
39 - Relações entre história e literatura
56 - O objeto livro (ou a materialidade do texto)
68 - "Mimesis": o problema da representação
87 - O passado como fonte de explicação
123 - O passado de Germinal e o presente da França
141 - O "passado presente" e o "futuro presente"
141 - O presente da mina e o passado da França
162 - O presente do trabalho e o futuro dos trabalhadores
197 - O tempo da ação e o tempo da narração
197 - Tempo, corpo e trabalho em Germinal
219 - A natureza do tempo em Germinal
235 - Conclusão
239 - Bibliografia
245 - Agradecimentos