Coleção Crítica Contemporânea
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Autores do nosso cânone (ou ainda não), numa perspectiva contemporânea e renovada. Desconto de 5% para a compra da coleção completa.
"Cuidado, leitor"
Álvares de Azevedo pela crítica contemporânea
Em 2021, completam-se 190 anos de nascimento de Álvares de Azevedo, nascido em São Paulo, criado no Rio de Janeiro, estudante de direito, poeta, crítico em formação. Um interesse que se atualiza nos capítulos deste livro, que examinam algumas das facetas da obra do autor, nos dando um panorama que revitaliza, ao mesmo tempo, os estudos sobre o Romantismo brasileiro.
O lugar de Álvares de Azevedo na literatura brasileira é bastante interessante, já que ele faz parte do cânone de nosso Romantismo, sem dúvida, mas, ao mesmo tempo, está ali colocado como um romântico antinacionalista, invertendo a imagem mais comumente vendida do movimento romântico entre nós ao qual não se pode negar o uso político recorrente das cores do país, na expressão de Machado de Assis. Sua faceta ultrarromântica se liga, claro, ao byronismo sombrio, ao satanismo e à morbidez: o gosto pela noite, pela escuridão literal e metafórica, a transgressão como norma de comportamento, tudo isso concorre para dar a Álvares de Azevedo o primeiro lugar nessa vertente romântica entre nós. Enfim, em anos mais recentes, a crítica literária brasileira tem se interessado cada vez mais por suas características autorreflexivas, expressas em seus prefácios, prólogos, alguns textos com ambições históricas, estudos sobre autores de sua predileção e sua contrapartida programática posta em prática nos textos mais propriamente literários.
Cada um dos capítulos deste livro apresenta e discute aspectos da obra de Álvares de Azevedo que dizem respeito à sua poesia, à sua visão de mundo romântica, à sua inserção no contexto do Romantismo, brasileiro ou global; o convite aos leitores deve vir, no entanto, com o aviso da ironia: Cuidado, leitor, ao voltar essa página!
Sobre a organizadora: Andréa Sirihal Werkema é professora de literatura brasileira da UERJ, e suas pesquisas, em geral, centram-se no século XIX. É doutora em literatura brasileira pelo Pós-Lit da UFMG (2007), onde também se graduou. Publicou recentemente trabalhos sobre Machado de Assis, José de Alencar e Álvares de Azevedo, sendo este último tema de sua pesquisa atual, custeada pela FAPERJ.
Alphonsus de Guimarãens pela crítica contemporânea
Passados cem anos da morte de Alphonsus de Guimaraens, sua poesia e sua atuação como homem de letras permanecem suscitando questões as mais diversas. Nascido Afonso Henriques da Costa Guimarães, o poeta revela-se, desde a adoção de seu nome literário, artífice devotado a um paciente processo de construção de uma escrita, sob diversos aspectos, arquitetural.
Integrando a Coleção Crítica Contemporânea pensada para apresentar, a propósito de escritores e escritoras brasileiros, um conjunto de textos críticos que possa, a um tempo, reportar-se aos legados de uma tradição de leitura já consolidada e expandir o campo de discussões, o volume A catedral ebúrnea foi organizado a partir dessa dupla tarefa. Oferece, nesse sentido, uma amostragem das questões de que se tem ocupado a tradição crítica sobre o escritor, bem como uma indicação de novas perspectivas possíveis ou de caminhos investigativos ainda em aberto.
Os autores e autoras que participam desse volume contribuíram, cada qual a seu modo, com a recuperação de algum aspecto específico da produção ou da atuação intelectual de Alphonsus de Guimaraens. Sem a pretensão de tudo abordar, o conjunto oferece uma excelente amostragem do estágio dos estudos sobre o poeta em celebração.
Sobre a organizadora: Francine Fernandes Weiss Ricieri é doutora em Teoria e História Literária na área de Literatura Brasileira UNICAMP. Atualmente é professora na área de Estudos Literários na UNIFESP.
A mente ninguém pode escravizar: Maria Firmina dos Reis pela crítica literária contemporânea, org. Anna Faedrich e Rafael Balseiro Zin
Considerada atualmente a primeira mulher a publicar um romance no Brasil, Úrsula, em 1859, além de ter sido a primeira voz feminina a registrar a temática da escravidão em nossa literatura, sob o pseudônimo Uma maranhense..., Maria Firmina dos Reis apresentou de forma inédita aos leitores do Império a questão da servidão, vista a partir do entendimento dos próprios cativos.
Quebrando as barreiras impostas pelas dinâmicas patriarcais e escravistas, que estruturaram as bases da sociedade brasileira desde o seu surgimento, ela também legou para as futuras gerações obras como o conto Gupeva, de 1861; os poemas contidos no volume Cantos à beira-mar, de 1871; o conto A escrava, de 1887; além de ter contribuído de maneira significativa na imprensa local.
Com o intuito de render as devidas homenagens a essa precursora da literatura brasileira e visando contribuir com as comemorações em torno do seu bicentenário de nascimento, convidamos um time seleto de pesquisadoras e estudiosos espalhados pelos quatro cantos do país, que vêm se dedicando nos últimos anos a investigar determinados aspectos sobre as trajetórias artística e intelectual da maranhense. Como resultado desse processo, apresentamos a vocês, leitores e leitoras, os doze textos que compõem esse livro, desenvolvidos em diferentes estilos e divididos em três partes distintas.
Sobre os organizadores
Anna Faedrich é Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, professora de Literatura Brasileira na Universidade Federal Fluminense e coordenadora do projeto de pesquisa Literatura de autoria feminina na Belle Époque brasileira: memória, esquecimento e repertórios de exclusão. Organizou as reedições do romance Exaltação, de Albertina Bertha (1888-1953); de Nebulosas, livro de poemas de Narcisa Amália (1852-1924); e das crônicas de Julia Lopes de Almeida (1862-1934), em parceria com a Fundação Biblioteca Nacional. Autora de Escritoras silenciadas (no prelo, Macabéa Edições) e Teorias da autoficção (no prelo, Eduerj).
Rafael Balseiro Zin é sociólogo de formação e Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde atua como pesquisador no Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (Neamp/CNPq). Nos últimos anos, entre outros temas, tem se dedicado a investigar a trajetória intelectual das escritoras abolicionistas no Brasil, com especial atenção ao legado de Maria Firmina dos Reis e Júlia Lopes de Almeida
"O meu canto é de sol": Joaquim Cardozo pela crítica literária contemporânea
O título O meu canto é de sol também nomeia um verso homônimo ao poema que o acolhe no livro Signo estrelado (1960). Já ali Joaquim Cardozo era um escritor reconhecido, de vez que já havia publicado Poemas (1947) e Prelúdio e elegia de uma despedida (1952), até porque logo publicaria O coronel de Macambira (1963), qual gatilho de sua produção dramatúrgica dali em diante.
Com efeito, a assimilação do autor pelo código literário será sempre controversa e intermitente, a despeito das excelentes críticas de Antonio Houaiss, José Guilherme Merquior, Fernando Py ou Sérgio Gesteira. Sem se contrapor a essa maré receptiva, o trabalho ora apresentado expande a sua compreensão, porquanto amplia e dialoga com o repertório antecedente, sem restringi-la aos livros iniciais, mas estendendo-a em direção a outras dimensões autorais – de dramaturgo ou de crítico de arte –, sempre com alguma observação do rendimento do verso no espaço da página ou no contexto de publicação.
Tais elementos gráficos são considerados aqui, menos como uma estratégia de apreciação, do que uma resultante do exame dos versos, para dimensionar o autor junto ao público. Público esse que se renova à edição de cada nova brochura e que ora se oferece para apreciação numa perspectiva retroflexa, em direção a seus correspondentes literários e editoriais.
Cumpre referir que a publicação em curso é caudatária da articulação de dois grupos de pesquisa de duas universidades públicas, UERJ e UFPB, cuja Pró-reitoria de Pesquisa lançou edital contemplado pela organizadora do volume.
Organizadores:
Elaine Cristina Cintra a é professora de Teoria da Literatura e Literatura Brasileira na UFPB, onde atua com os autores da poesia brasileira moderna.
Éverton Barbosa Correia é professor de Literatura Brasileira na UERJ e publicou recentemente o livro Joaquim por João: Cardozo na poesia de Cabral.
"Sou poeta menor, perdoai": Manuel Bandeira pela crítica contemporânea, de Rafael Fava Belúzio (org.)
Não é tarefa fácil apresentar ao leitor em poucas palavras o livro que ele tem em mãos. A pluralidade das abordagens e a abrangência dos recortes contemplados nessa coletânea de ensaios dificulta sumarizá-la. Se por um lado a qualidade dos trabalhos tornaria injusta a menção a dois ou três autores, por outro seria necessário o magistral poder de síntese do próprio Manuel Bandeira para falar de todos.
O poeta do “estilo humilde” e contido, que nos legou peças onde o “infinitamente grande” da vida se insinua às vezes em poemas muito breves, encontra nos ensaios aqui reunidos um esforço análogo, pois cada um dos autores, a seu modo, parte de recortes bem delimitados da poesia, da crônica, da epistolografia, da ensaística e da vida do autor, para oferecer uma visada ampla de sua obra, como manda a boa prática da teoria e da crítica literária.
Atualização mais do que bem-vinda de uma fortuna crítica que, embora muito consistente, não recebeu nos últimos anos acréscimos de peso do mercado editorial, "Sou poeta menor, perdoai’’ surge como obra destinada a integrar, desde já, qualquer bibliografia básica em torno deste que, na verdade, é um grande poeta, dentre os maiores do século XX em qualquer língua.
Fernando Baião Viotti
Teoria Literária e Literatura Comparada (FFLCH-USP)
SOBRE O AUTOR: RAFAEL FAVA BELÚZIO é pós-doutorando do CNPq e do PPGL-Ufes. Publicou o livro de ensaio Uma lira de duas cordas: o ritmo como elemento construtivo da binomia de Lira dos vinte anos (Scriptum, 2015), a plaquete de poemas Opus 3 (Espectro Editorial, 2017) e o livro de crônicas 1929 (Impressões de Minas, 2020). Coordena, junto com Andréa Sirihal Werkema, a Coleção Crítica Contemporânea, na Alameda Editorial.
SUMÁRIO:
Sobre a coleção Crítica Contemporânea - p. 7
Apresentação - p. 9
Ensaios sobre a arte do século XX, de Elizabete Barros de Sousa Lima - p. 17
Comunidade inoperante: nação e narração em “Cunhantã”, de Emílio Maciel - p. 35
O crítico amigo de João Cabral e desconfiado da Geração de 45, de Joelma Santana Siqueira, p. 57
Contingente permanente, Luís Bueno - p. 83
“Acho que sou mais um lírico do que um poeta”: diálogo sobre composição poética na correspondência com Mário de Andrade, de Marcia Regina Jaschke Machado - p. 111
“Uma onda é uma onda é uma onda’’: a breve experiência visual/ concretista no livro da estrela da tarde, de Mário Alex Rosa - p. 133
Tradução e contrabando: Bandeira, Borges, Pereda Valdés, de Pablo Rocca - p. 161
Opus 10: ensaio desentranhado, de Rafael Fava Belúzio - p. 191
“Do outro lado do mar”: Manuel Bandeira, de Viviane Vasconcelos - p. 203
“Onde estão todos eles?”: infância e testemunho na poesia de Manuel Bandeira, de Wilberth Salgueiro e Gabriela Silva Denadai, p. 223
Sobre os autores - p. 247
"A ideia com a paixão": Gonçalves Dias pela crítica contemporânea, de Andréa Sirihal Werkema e Wilton José Marques (Org.)
Em 2023, comemoramos os 200 anos de nascimento de nosso primeiro grande poeta romântico, Antônio Gonçalves Dias, maranhense da cidade de Caxias, nascido a 10 de agosto de 1823, filho de pai português e mãe de ascendência indígena e negra, ao que tudo indica – fazendo do poeta um brasileiro que sentiu na pele a sua origem e a ela respondeu da maneira que lhe foi possível.
De maneira poética, diríamos, pois foi a sua poesia a responsável por fixar o indianismo romântico como uma alternativa brasileira, para bem ou para mal. No entanto, a obra de Gonçalves Dias se faz mais ampla do que sua poesia indianista, de alto nível, sem dúvida, mas apenas uma das formas visitadas pelo poeta, dramaturgo, etnógrafo, jornalista, historiador...
Uma apreciação mais abrangente de sua obra, portanto, é mais do que bem vinda, e, com este livro, espera-se conseguir, ao menos em parte, dirimir tais dúvidas, e, ao mesmo tempo, avaliar o seu legado dentro da história da literatura brasileira.
Dentro de tal perspectiva, o surgimento literário de Antônio Gonçalves Dias, que se deu com a publicação dos Primeiros cantos (1846), foi um acontecimento decisivo para a armação de uma desejada literatura brasileira, sobretudo ao ser logo reconhecido como um poeta nacional que era essencialmente romântico.
Talvez o melhor testemunho (e ainda atual) sobre a importância de Gonçalves Dias para a literatura brasileira seja o de Machado de Assis, que, referindo-se à poesia gonçalvina, e mais notadamente à “Canção de Exílio”, disse: “A canção está em todos nós, como os outros cantos que ele veio espalhando pela vida e pelo mundo, [...] tudo o que os velhos ouviram na mocidade, depois os mais jovens, e daqui em diante ouvirão outros e outros, enquanto a língua que falamos for a língua de nossos destinos”.
Andréa Sirihal Werkema é professora de literatura brasileira da UERJ, e suas pesquisas, em geral, centram-se no século XIX. É doutora em literatura brasileira pelo Pós-Lit da UFMG (2007), onde também se graduou. Publicou recentemente trabalhos sobre Machado de Assis e Álvares de Azevedo.
Wilton José Marques é professor titular de literatura brasileira da UFSCar. Em 2011, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Gonçalves Dias: o poeta na contramão (EDUFSCar, 2010). Suas pesquisas voltam-se para autores do século XIX brasileiro, e seus últimos livros publicados tratam de José de Alencar e Machado
de Assis.
"Tenho os olhos em cintilas": Henriqueta Lisboa pela crítica contemporânea
Agnes Rissardo (org.)
Henriqueta Lisboa (1901-1985) pertence a uma geração de escritoras reveladas na década de 1930 no Brasil. Assim como suas contemporâneas, conheceu a glória por ter desbravado um lugar antes pouco acessível à mulher – o de poeta consagrada, ensaísta e crítica –, mas não escaparia de sofrer com um velado preconceito de gênero. Pertencente à segunda geração modernista, manteve-se firme na defesa de seus poemas de feição neossimbolista e teve que conviver com a recorrente assimilação de sua poesia com os atributos tidos como “femininos”, de fragilidade e delicadeza.
Por outro lado, foi distinguida com o prêmio Olavo Bilac de Poesia da Academia Brasileira de Letras, em 1929, e a primeira mulher eleita para a Academia Mineira de Letras, em 1963. A poesia era considerada por ela uma vocação, sua verdadeira “profissão de fé”. Todavia, para se pensar o legado da escritora é necessário refletir sobre a sua trajetória não apenas como poeta, mas também como ensaísta, tradutora, missivista e professora, papéis obliterados ou esquecidos pela crítica por décadas. É com o intuito de trazer a público esses estudos que reunimos, neste volume, o que há de mais recente na crítica sobre a extensa e multifacetada obra de Henriqueta Lisboa.
Sobre a autora: Agnes Rissardo é doutora em Literatura Brasileira pela UFRJ (2011) e suas pesquisas se voltam para as relações entre jornalismo e literatura. Com pós-doutorado em Letras (Uerj), estuda a crítica literária de autoria feminina no Brasil. Atua como jornalista na Diretoria de Comunicação Social da Uerj.
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Sumário:
Sobre a Coleção Crítica Contemporânea - 7
Andréa Sirihal Werkema e Rafael Fava Belúzio
Apresentação - 9
Agnes Rissardo
Uma poética estudiosa: quando a palavra encontra a voz - 17
Adriana Rodrigues Machado
“Coação do eterno dentro do efêmero”: poesia e prosa na imprensa periódica - 39
Agnes Rissardo
Reflexões sobre poesia nos ensaios críticos henriquetianos - 73
Ana Lúcia Maria de Souza Neves
Concepção de morte-linguagem na poesia de Henriqueta Lisboa -105
Marcia de Mesquita Araújo
Palavras e entretempo - 133
Marco Antonio Notaroberto da Silva
Vestígios de uma produção poética e intelectual no Acervo de Escritores Mineiros - 157
Maria do Rosário Alves Pereira
“À mulher só é acessível o tom menor”: cartas a Mário de Andrade - 181
Marilda Ionta
Políticas da amizade: o alvo humano - 203
Túlio César Vieira Alves
O devir de um arquivo literário: entrevista com Reinaldo Marques - 227
Agnes Rissardo
Sobre os autores - 243
Livros da Coleção - 247
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"Era duro rimar orgasmo com guerrilha" - Alex Polari pela crítica contemporânea, de Marcelo Ferraz, Nelson Martinelli Filho e Wilberth Salgueiro (orgs.)
“Não era fácil / fazer o amor / entre tantas metralhadoras / panfletos, bombas / apreensões fatais / e os cinzeiros abarrotados / eternamente com o teu Continental, / preferência nacional”, escreve Alex Polari em “Amar em aparelhos”, poema de Inventário de cicatrizes (1978).
Encerrando a quarta estrofe do mesmo poema, o poeta acrescenta: “era duro rimar orgasmo / com guerrilha / e esperar um tiro / na próxima esquina”, versos que dão título a este volume da coleção Crítica Contemporânea, pela editora Alameda.
Se não acreditamos que um breve excerto possa expressar com precisão a síntese de uma poética, podemos ao menos afirmar que aqueles citados logo acima remetem a significativas linhas de força da obra do então jovem militante da Vanguarda Popular Revolucionária
durante o período mais cruel dos Anos de Chumbo.
Preso aos 20 anos, em 1971, liberto aos 29, Polari testemunhou a repressão, a censura, a clandestinidade, o sequestro, a tortura, a ameaça, a violência física e a psíquica, a precária condição de vida no cárcere, o assassinato de seu amigo Stuart Angel.
As impressões da ditadura militar brasileira, portanto, são centrais em seus três primeiros livros: Inventário de cicatrizes, já mencionado e mais conhecido dentre suas obrasl iterárias, Camarim de prisioneiro (1980), mescla de verso, prosa, imagens, notícias etc., e Em busca do tesouro: uma ficção política vivida (1982), narrativa autobiográfica que aborda seus primeiros anos de militância, a captura pelos militares
Esta coletânea dedica-se a estabelecer um panorama crítico de variados aspectos da obra e da trajetória de Alex Polari, como forma de ampliar o espectro de interpretação da ditadura, por via do texto poético, na interseção entre campos do conhecimento como Teoria literária, Filosofia, Sociologia, História, Psicanálise.
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Sobre os organizadores: Marcelo Ferraz é Professor de Teoria Literária da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Doutor em Estudos Comparados de Literaturas de Literaturas de Língua Portuguesa pela USP. Nelson Martinelli Filho é Professor do Instituto Federal do Espírito Santo e professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo. Wilberth Salgueiro é Professor Titular de Literatura brasileira na Ufes – Universidade Federal do Espírito Santo e autor dos livros de poemas Anilina (1987), Sonetos (2021) e Sonetos-piada & outros nem tanto (2024), entre outros.
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Sumário
Apresentação 7
A escrita do cárcere e o testemunho poético em 'Camarim de prisioneiro' e 'Inventário de cicatrizes', por Claudio Mello e Sirlei Fontoura 15
Com o “corpo entre as grades e a vida entre parênteses”: poesia e denúncia política na campanha da anistia, por Marcio de Souza Castilho 37
Um Inventário de Perplexidades: entre experiência histórica dolorosa e poesia, por Beatriz de Moraes Vieira 63
Crítica literária de testemunho?, por Cristiano Augusto da Silva 87
Alex Polari, ourives de reveses: presente, passado e futuro em Camarim de prisioneiro, por Camila Hespanhol Peruchi 111
Truncados diálogos: o poeta, a tradição e seus contemporâneos, por Marcelo Ferraz 139
Da performance ao poema: o que pode a arte em regimes ditatoriais e agora, por Mariane Tavares 177
Amar em aparelhos: o destino da pulsão e a relação de objeto no contexto opressor da ditadura militar, por Cleidson Frisso Braz 203
Testemunho, erotismo e sublimação na poesia do cárcere político, por Nelson Martinelli Filho 241
Apontamentos sobre 'Em busca do tesouro' (1982) de Alex Polari: a capa, o paideuma e o fim do jogo, por Rafael Fava Belúzio e Wilberth Salgueiro 277
Organizadores 295
Sobre os autores 297
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Coleção Crítica Contemporânea - Andréa Sirihal Werkena & Rafael Fava Belúzio (Coordenadores)